Regulamentação da Convenção 151 da OIT tem entraves no Grupo de Trabalho

O Grupo de Trabalho para Regulamentação da Convenção 151 da OIT teve sua 10ª reunião na semana passada. Presidente da Confederação dos Servidores Públicos Municipais (CSPM) e vice-presidente da CSB, Aires Ribeiro representou as entidades no encontro entre membros do governo federal e das demais centrais sindicais.

A mesa é coordenada pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), por meio da secretaria de Relações de Trabalho. A bancada do governo apresentou uma minuta de um projeto de lei para regulamentar a convenção, que foi analisada pela bancada sindical.

A Convenção 151 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) versa sobre os direitos sindicais dos servidores públicos e teve aderência do Brasil há décadas. Apesar disso, a falta de regulamentação ainda abre espaço para que administrações públicas aleguem que a legislação brasileira não estipula normas a respeito da liberdade sindical dos servidores, como o direito à greve e à negociação coletiva.

Incoerência

O secretário de Relações de Trabalho, José Feijóo, reafirmou que o governo está comprometido com os anseios dos servidores, apesar das divergências que as partes têm tido durante o processo.

Segundo ele, a regulamentação é necessária para resolver uma “incoerência” que existe atualmente nas leis que regem as relações de trabalho no serviço público, uma vez que a Constituição Federal de 1988 recepcionou o direito de organização para os funcionários públicos, ou seja, de terem sindicato, mas não o direito de negociação, justamente o principal papel do sindicato.

“Todo esse caminho que percorremos até o momento foi necessário e de extrema importância para que pudéssemos alinhar nosso discurso e propor as melhores ideias para a construção do texto que será levado adiante. Fizemos o máximo de esforço possível para contemplar todas as demandas apresentadas nas mesas de debate por cada representante sindical”, afirmou Feijóo.

Entraves

Aires Ribeiro, porém, avalia que a bancada do governo tem colocado dificuldades na construção de uma proposta de consenso. A questão do direito de greve, por exemplo, foi o foco do debate na reunião anterior e ainda não foi pacificada entre as partes, que pausaram o debate dessa questão para discutir outros temas da minuta.

“A bancada dos trabalhadores sabe da importância da matéria e tem se desdobrado para que a proposta seja encaminhada urgentemente para o congresso. Sabemos que teremos dificuldades maiores no congresso, por isso a importância de construir consenso entre as partes. Entendemos que com regulamentação da negociação, grande parte dos conflitos serão resolvidos”, explicou Ribeiro.

O próximo encontro está marcado para o dia 9 de abril, quando um novo texto – incluindo sugestões da bancada sindical – deve ser apresentado.

Relacionada: GT da Convenção 151 da OIT discute proposta sobre direito de greve dos servidores

Compartilhe:

Leia mais
Design sem nome (2) (1)
CSB defende transição tecnológica justa em reunião de conselheiros com ministra Gleisi Hoffmann
painel 7 transição tecnológica e futuro do trabalho
Encontro Nacional CSB 2025: painel 7 – Transição tecnológica e futuro do trabalho; assista
regulamentação ia inteligência artificial
Regulamentação da IA é tema em destaque para centrais sindicais no Congresso
papa leão XIII e papa leão XIV
Com o nome Leão XIV, novo Papa homenageia Leão XIII, defensor dos trabalhadores e abolicionista
mapa mundi brasil no centro
IBGE lança mapa-múndi com Brasil no centro e hemisfério sul na parte de cima
geração de empregos recorde em fevereiro
Procurador denuncia "pejotização" como forma de burlar direitos trabalhistas
csb centrais sindicais com ministro maurcio godinho tst
Centrais entregam agenda jurídica do movimento sindical ao vice-presidente do TST
csb menor (40)
Desigualdade de renda no Brasil é a menor desde 2012, aponta IBGE
csb menor (1)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 6 – Trabalhadores e meio ambiente
ministro do trabalho luiz marinho em audiencia na camara
Ministro do Trabalho defende fim da escala 6x1 e jornada de 40 horas na Câmara