Em meio ao desemprego inflação do aluguel acumula alta de 37% , o maior valor em 26 anos

Nova alta das commodities faz IGP-M subir 4,1% em maio; no acumulado desde o início do ano, índice soma avanço de 14,39%, o mais expressivo desde 1995

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 4,1% em maio, ante alta de 1,51% em abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta sexta-feira, 28. O aumento faz o indicador usado como base para o reajuste do aluguel acumular alta de 37,04% em 12 meses, o maior valor desde a criação do Plano Real, em 1994. De janeiro a maio, o IGP-M soma avanço de 14,39%, o valor mais expressivo para o período desde 1995. Em maio de 2020, o índice havia subido 0,28%, e acumulava alta de 6,51% em 12 meses. Todos os três componentes do índice apresentaram variação maior na comparação com o mês anterior. Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços, a nova alta das commodities foi o principal influenciador para a disparada. “Os preços de commodities importantes voltaram a pressionar a inflação ao produtor. Em maio, o IPA avançou 5,23%, sob forte influência dos aumentos registrados para minério de ferro (de -1,23% para 20,64%), cana-de-açúcar (de 3,43% para 18,65%) e milho (de 8,70% para 10,48%). Essas três commodities responderam por 62,9% do resultado do IPA, cuja taxa foi de 5,23%.”

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) — responsável por 60% do IGP-M — subiu 5,23% em maio, ante 1,84% em abril. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou 1,59% em maio. No mês anterior, o índice havia registrado taxa de 1,11%. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 2,03% para 2,98%, no mesmo período. O índice relativo a Bens Finais, que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, subiu 2,08% em maio, ante 1,83% no mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) — que responde a 30% do total — variou 0,61% em maio, ante 0,44% em abril. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação, sendo que a principal contribuição partiu do grupo habitação, de0 0,39% para 1,16%. Já a tarifa de elétrica residencial passou de 0,06% em abril para 4,38% em maio. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) — responsável pelos 10% restantes — subiu 1,80% em maio, ante 0,95% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de abril para maio: Materiais e Equipamentos (2,17% para 2,93%), Serviços (0,52% para 0,95%) e Mão de Obra (0,01% para 0,99%).

Além de influenciar o preços do mercado imobiliários, o IGP-M é usado como base para reajustes inflacionários de companhias telefônicas e energia elétrica, e também é um dos indexadores para contratos de prestação de serviço, educação e planos de saúde. Em comparação, o IPCA, o indicador oficial da inflação brasileira, acumulou alta de 6,76% nos 12 meses encerrados em abril, o último registro completo. A disparidade entre os dois indicadores é explicado pela fórmula da conta: enquanto o IPCA leva em conta a variação de nove itens de consumo e bens, como alimentação, transporte e educação, o IGP-M é o resultado do IPA, IPC e INPC. Além de levar em consideração itens de bens e serviços, o indicador da FGV também considera matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, e também itens de commodities, como milho, soja e minério de ferro, que possuem grande influência da variação do dólar.

Fonte: Jovem Pan

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