Segunda onda da pandemia do desemprego – sem programas de proteção de emprego e renda, Brasil viverá genocídio dos postos de trabalho

Após vivermos um ano de tristeza, paralisia e profundo aprendizado devido à pandemia da Covid-19, chegamos a mais um ano. Bem-vindo, 2021!

Apesar da esperança que a virada de ano nos traz, por mais difícil que seja, precisamos entender que a epidemiologia e a economia não respeitam o calendário gregoriano. Estamos vivendo a segunda onda do coronavírus, sem nem ter visto o fim da primeira, e já podemos enxergar uma nova, e mais letal, onda de desemprego.

No último dia de 2020 se encerraram dois programas importantes para proteger a renda e o emprego dos brasileiros. O fim do auxílio emergencial e do Programa de Proteção ao Emprego, que permitia a redução e suspensão de jornada/salário, é o puro suco do negacionismo bolsonarista. Em um momento em que o número de casos e mortes alarmam os especialistas e a população, a dupla Bolsonaro e Paulo Guedes aposta na negação da real situação pandêmica para tirar o amparo ao povo brasileiro conquistado no Congresso Nacional.

O programa de Proteção ao Emprego, criado a partir da MP 936/20, além de beneficiar mais de 20 milhões de trabalhadores, também evitou uma quebradeira generalizada de micro, pequenas e médias empresas. São justamente essas empresas — que funcionam como motor da recuperação econômica — que o governo federal joga à própria sorte, com a pandemia voltando a fechar o comércio e os setores não essenciais.

O fim do auxílio emergencial, que atendeu quase 70 milhões de famílias por seis meses, é outro golpe duro contra a população brasileira, sobretudo os trabalhadores informais. Foi exatamente quando o benefício foi cortado pela metade que a contaminação voltou a subir, segundo os dados epidemiológicos. E, com o fim do benefício a partir deste mês, a tragédia é anunciada.

Apesar desses dois importantes programas que garantiram renda e salário para mais de 90 milhões de trabalhadores, o Brasil já vive com uma pandemia de desemprego jamais vista. Segundo os últimos dados do IBGE, o desemprego no Brasil já atinge mais de 14 milhões de trabalhadores.

Não é difícil imaginar que, em um cenário como o atual — pandemia em alta, ausência de um robusto plano de imunização a curto prazo e sem os programas de proteção ao emprego e renda —, a já fragilizada economia brasileira vai acelerar seu processo de recessão. Consequentemente, a segunda onda da pandemia do desemprego pode ceifar postos de trabalho e empresas definitivamente.

A cloroquina bolsonarista para o desemprego já é conhecida de outros verões. Vão apelar para a necessidade de reformas que retirem direitos trabalhistas e onerem os trabalhadores em nome da geração de empregos que nunca chegarão. Não será com políticas recessivas de arrocho salarial, retirada de direitos e regressividade tributária que vamos derrotar o desemprego e a paralisia econômica.

É urgente um pacto social entre quem trabalha e produz através de um Projeto Nacional de Desenvolvimento que combata as desigualdades, reindustrialize o país, proteja a nossa soberania, promova o desenvolvimento sustentável e a inclusão racial, de gênero, de diversidade e étnica no nosso amado Brasil.

Fonte: Estadão

Compartilhe:

Leia mais
geração de empregos recorde em fevereiro
Procurador denuncia "pejotização" como forma de burlar direitos trabalhistas
csb centrais sindicais com ministro maurcio godinho tst
Centrais entregam agenda jurídica do movimento sindical ao vice-presidente do TST
csb menor (40)
Desigualdade de renda no Brasil é a menor desde 2012, aponta IBGE
csb menor (1)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 6 – Trabalhadores e o meio ambiente; íntegra
ministro do trabalho luiz marinho em audiencia na camara
Ministro do Trabalho defende fim da escala 6x1 e jornada de 40 horas em audiência na Câmara
csb menor (2)
Centrais apresentam pauta prioritária e agenda legislativa em reunião no Congresso
painel 5 encontro executiva nacional csb 2025
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 5 – Agenda parlamentar sindical; assista
painel negociação coletiva
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 4 – Práticas antissindicais; assista
csb menor (39)
Encontro Executiva Nacional CSB 2025: painel 3 – Negociação Coletiva; assista
csb menor (38)
Centrais sindicais protestam contra juros altos em dia de mais uma reunião do Copom