Centrais sindicais publicam livro sobre a opressão da ditadura militar

Obra contém a íntegra do relatório do GT Trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade

Obra contém a íntegra do relatório do GT Trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade

A CSB e demais centrais sindicais, em parceria com o projeto Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas (IIEP), publicaram o livro A luta dos trabalhadores e trabalhadoras por Verdade Justiça e reparação em abril de 2015.

O livro foi organizado pelo Fórum dos Trabalhadores e Trabalhadores por Verdade, Justiça e Reparação, composto pela CSB e mais quatro centrais sindicais que compunham o Grupo de Trabalho “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores, às Trabalhadoras e ao Movimento Sindical”, criado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV). A equipe do IIEP ficou responsável pela parte técnica da edição. A impressão foi totalmente custeada pelas entidades parceiras.

Trata-se da continuidade das ações do Grupo de Trabalho. Na obra foi publicado integralmente o relatório do GT, inserido nas conclusões finais da CNV entregues à presidenta Dilma Rousseff em dezembro de 2014.

Segundo Alvaro Egea, secretário-geral da CSB, o conteúdo publicado no livro é algo inédito, pois é a visão dos trabalhadores sobre o golpe civil militar de 1964 e a  truculenta repressão aos sindicatos. “A série de atrocidades cometidas contra os dirigentes sindicais e a liberdade de organização dos trabalhadores é relatada no livro com provas documentais. O relatório deixa clara a participação decisiva de empresas e empresários na preparação do golpe e na sustentação ao regime militar, bem como no apoio financeiro e material ao aparato de repressão e tortura”, conta.

O objetivo da publicação é divulgar para a sociedade a crueldade da repressão aos trabalhadores e a coparticipação das empresas na repressão e tortura. “A Comissão Nacional da Verdade fez um trabalho extraordinário, tirou de debaixo do tapete muitas verdades que empresários, políticos e militares querem encobrir para sempre. Porém, por terem um tempo muito curto e carência de recursos materiais, a CNV deixou de relatar a participação civil  no golpe e na sustentação da ditadura. Nosso relatório não se omitiu. Ele tem as pegadas da colaboração estreita entre empresas e a repressão política”, afirmou Egea.

O dirigente ainda lembra que o livro A luta dos trabalhadores e trabalhadoras por Verdade Justiça e reparação traz a visão dos trabalhadores sobre o golpe militar. “Do ponto de vista da organização dos trabalhadores, o golpe foi certeiro. As cassações das diretorias dos sindicatos, federações, confederações e do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) começaram no primeiro dia do golpe. Entre 1964 e 1970, 536 entidades sindicais sofreram intervenção. Estimamos que foram 10 mil dirigentes sindicais cassados, ou seja, foram arbitrariamente impedidos de exercerem os mandatos sindicais. Do ponto de vista econômico, a ditadura tinha um objetivo de classe muito claro: super exploração da classe trabalhadora. O salário mínimo real caiu  de 112,52% para 68,93% em 1970, após o golpe. A sociedade precisa conhecer e reconhecer essa mancha na nossa história”, concluiu o secretário-geral da CSB.

Confira a íntegra do livro:

Capa – A luta dos trabalhadores e trabalhadoras por Verdade Justiça e reparação

A luta dos trabalhadores e trabalhadoras por Verdade Justiça e reparação

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