Maria Aparecida Feliciani, presidente do Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos no Comércio e em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Empresas de Serviços Contábeis de Jundiaí e Região – SEAAC JUNDIAÍ e também a secretária da Mulher Trabalhadora da seccional São Paulo da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), fala sobre a importância da data de 8 de março.
“Para nós, mulheres, em especial da CSB, o 8 de março não será um dia a mais no calendário. Será um dia de luta em defesa do emprego, da igualdade e de gritar bem alto: Dia de nenhum direito a menos”, falou a sindicalista, mais conhecida como Cidinha
Maria Aparecida concluiu o curso de Administração de Empresas, mas a veia sindical falou mais alto e se tornou uma enérgica e atuante dirigente sindical. “Eu conheço e reconheço o universo machista do movimento sindical, por isso acho que é extremamente importante que nós, mulheres, debatamos sobre gênero, assédio, empoderamento, desigualdade e salários”, comenta. Ela ainda ressalta; “não é possível que a mulher ganhe menos que o homem exercendo a mesma função”, observa a secretária.
Para Cidinha, o Dia Internacional da Mulher tem quer ser celebrado como uma data para comemorar as conquistas de seus direitos, além de discutir a desigualdade de gênero. Sem esquecer em marcar posição firme contra a violência física, psicológica e sexual ainda sofrida por muitas mulheres dentro e fora do mundo do trabalho.
A Secretaria da Mulher Trabalhadora da seccional São Paulo (CSB-SP) também defende as mesmas bandeiras políticas da Central. Somos contra as reformas trabalhista e previdenciária proposta pelo governo de Michel Temer (MDB).
Segundo Cidinha, “neste ano, ainda enfrentamos muitos desafios, tais como a desigualdade salarial – as mulheres ganham em média cerca de 30% a 40% menos que os homens –, além de manter uma divisão desigual das tarefas domésticas. Nós enfrentamos uma jornada dupla e algumas companheiras atuam até numa terceira jornada de trabalho. Estes tópicos precisam ser encarados para encontrar soluções”, destacou Cidinha.
“Não é possível que a mulher ganhe menos que o homem para exercer a mesma função”
Mercado de Trabalho
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicaram dados e estudo que apontam crescimento na taxa de desemprego das mulheres da região metropolitana de São Paulo entre os anos de 2016 e 2017, com impacto ainda maior entre as empregadas domésticas. Os dados apontam que a taxa de desemprego cresceu, ela saiu de 18,3% para 19,7% na população feminina, segundo levantamento divulgado na terça-feira (6) pelas entidades. Entre os homens, a taxa de desemprego em 2017 foi de 16,5%. No grupo das empregadas domésticas, a redução chegou a 6,7% e, entre as assalariadas com carteira assinada no setor privado, a 2,1%.
Segundo o IBGE, mulheres ganham menos que homens mesmo sendo maioria com ensino superior. Mesmo em número maior entre as pessoas com ensino superior completo, as mulheres ainda enfrentam desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens. Essa disparidade se manifesta em outras áreas, além do item educação. É o que comprova o estudo Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com base na população de 25 anos ou mais de idade com ensino superior completo em 2016, as mulheres somam 23,5%, e os homens, 20,7%. Quando se comparam os dados com homens e mulheres de cor preta ou parda, os percentuais são bastante inferiores: 7% entre os homens e 10,4% entre mulheres.
Composição
A Secretaria da Mulher Trabalhadora da Seccional São Paulo (CSB-SP) é composta por Maria Aparecida Feliciani, presidente do SEAAC Jundiaí, Márcia Regina Alves Egea, do Sindicado dos Trabalhadores no Vestuário de Guarulhos, e por Sandra Maria Domingues Bueno, diretora do Sindpd – SP