Lucio Bellentani discursou sobre as denúncias de ações cometidas pela Volkswagen na década de1970
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados do Brasil (SINAB), Lúcio Antonio Bellentani, participou na última sexta-feira (3) da abertura da Assembleia Mundial sobre Violações de Direitos Humanos, que aconteceu até o domingo (5), no teatro Schaubühne, no centro de Berlim, capital da Alemanha.
Na ocasião, o dirigente expôs para os mais de 500 participantes, que lotaram as dependências do teatro nos três dias de evento, as denúncias de violações de direitos humanos cometidas pela Volkswagen na década de 1970 e que, segundo ele, se prolongaram para as décadas seguintes, mas como outros tipos de práticas. O evento foi transmitido pela internet em tempo real para outros cinco teatros ao longo do continente Europeu.
Bellentani também comentou sobre outros casos expostos durante a Assembleia.
“O evento teve a participação de 60 pessoas que representavam seus países e narravam seus casos de violação de direitos humanos cometidos por países da Europa e por várias empresas transnacionais. O massacre de Marikama chocou muito os participantes. Uma das viúvas fez seu depoimento, onde 34 pessoas foram assassinadas pela polícia, na tentativa dos trabalhadores das minas de platina dialogarem por melhores condições de trabalho. Isso aconteceu na África do Sul, em 2012. Outro caso marcante foi da invasão alemã na Namíbia, em 1905, da poluição no Equador, causada pela exploração do Petróleo, e da devastação da selva na Indonésia”, relatou o dirigente.
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Documentário
Cinco meses após o lançamento do documentário “Cúmplices? A Volkswagen e a ditadura militar no Brasil”, a Alemanha transmite para todo o País mais um documentário sobre o caso. Desta vez, com um apanhado desde o início até o dia da Assembleia. O caso repercutiu no país Europeu, e Lúcio Bellentani concedeu diversas entrevistas coletivas e criou interesse nos advogados alemães especializados em violações aos direitos humanos.
“Esse grupo de advogados vai investigar da Alemanha, e tentarão acionar a matriz por uma reparação de tortura. Eles também darão assistência aos procuradores brasileiros que investigam o caso. Eles se encontrarão no próximo dia 20 de novembro, onde definirão os próximos passos jurídicos sobre esta questão no Brasil e na Alemanha”, falou Bellentani.
Segundo o dirigente e ex-ferramenteiro da Volks, o grupo de advogados é o mesmo que trabalha no processo contra os Estados Unidos no crime de guerra no Iraque e que defende Edward Snowden, agente refugiado na Rússia e que tornou públicos detalhes do sistema de vigilância global da NSA americana.