Em ato histórico, dirigentes da CSB mobilizaram manifestantes em todas as capitais do País
Milhões de trabalhadores atenderam ao chamado das centrais sindicais em todo o Brasil e não compareceram ao trabalho, deixando as ruas, empresas e lojas desertas na histórica greve do dia 28 de abril. Ao mesmo tempo, dirigentes de centrais sindicais, sindicatos, confederações, federações, representações variadas e milhares de trabalhadores saíram às ruas nesta sexta-feira para protestar contra as reformas trabalhista (PL 6787/16) e previdenciária (PEC 287/2016), propostas pelo governo e já em tramitação no Congresso Nacional. A greve contou com a participação, na avalição da CSB, de 35 milhões de pessoas.
A CSB mobilizou suas bases e a população em todos os estados. “Em todas as capitais do Brasil e em centenas de municípios, trabalhadores foram às ruas para dizer ao governo federal, ao Congresso Nacional, que parem com essa história de acabar com o direito dos trabalhadores e destruir a Previdência Social dos trabalhadores. Hoje é um dia de orgulho para você, trabalhador brasileiro”, afirmou o presidente da CSB, Antonio Neto.
O movimento nas capitais e em várias cidades foi até menor do que em feriados. “Essa foi a resposta dada. É bom o governo central, o Congresso Nacional, atentarem para isso, que é um ‘esquenta’. Estamos dizendo em alto e bom som: O som rouco das ruas dizendo a vocês, parlamentares, governantes, que é chegada a hora de respeitar o direito dos trabalhadores e pensar num país justo, solidário, desenvolvido, com inclusão social e crescimento econômico. É isso que vai resolver o problema do Brasil”, analisou o dirigente.
O País parou. Principais ruas, avenidas, empresas, comércios e serviços em geral permaneceram fechados por todo o dia. O sistema de transporte das cidades também cruzou os braços e aderiu à greve. No Rio de Janeiro, manifestantes concentraram-se na Cinelândia. Servidores públicos e professores passaram da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) para a Candelária, na avenida Presidente Vargas. No entorno da Rodoviária Novo Rio, populares fecharam as vias no início da manhã. A ponte Rio-Niterói foi fechada durante as primeiras horas.
Em São Paulo, os ônibus não funcionam, trens e metrô tiveram capacidade reduzida. O rodízio municipal de veículos está suspenso. As rodovias Anchieta, Dutra, Régis Bittencourt e Anhanguera foram bloqueadas por protestos. Na capital, houve registro de atos na Avenida João Dias e na Estrada de Itapecerica. Em Guarulhos, 700 ônibus não saíram das garagens e 99 linhas ficaram paradas.
Belo Horizonte amanheceu com paralisação parcial de ônibus. Manifestantes se reuniram pela manhã na Praça Sete, no centro da capital mineira, o que interrompeu o fluxo da região. O Anel Rodoviário de Belo Horizonte foi fechado por três vezes.
Em Brasília, ônibus e metrô não circularam. Os acessos do Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitscheck foram interditados. Diversos estabelecimentos comerciais estão fechados. Na maior parte do dia, nenhum carro conseguiu trafegar a partir da rodoviária no sentido Congresso Nacional, por meio da Esplanada dos Ministérios.
O balanço do dia é de sucesso e de grande adesão. “Eu quero parabenizar todos os dirigentes da CSB, todos os militantes da CSB, o povo trabalhador do Brasil, as centrais coirmãs por essa grande vitória, essa demonstração de qualidade na sua organização, de compromisso com a história do povo trabalhador na defesa da CLT, na defesa dos direitos dos trabalhadores e da Previdência Social”, finalizou Neto.
Confira abaixo a atuação da CSB pelo Brasil:
ACRE – Manifestação reuniu mais de 30 mil trabalhadores nas ruas da capital e no Palácio Rio Branco.
ALAGOAS – Servidores públicos federais mobilizaram-se em Maceió. Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (SINTSEP/AL) concentraram-se em frente ao Ministério da Fazenda. Servidores do Ministério da Saúde cedidos ao Município de Palmeira dos Índios, do Ministério da Saúde e FUNASA pararam.
BAHIA – A capital amanheceu sem ônibus nas ruas. Mais de 30 mil pessoas participaram das paralisações.
CEARÁ – Sindviários, agentes penitenciários, contabilistas, vigilantes, portuários, vigias portuários, arrumadores e dirigentes do Sintarc e do Sinditaxi participaram da mobilização em Fortaleza. A adesão à greve foi de 90% dos trabalhadores. O porto de Mucuripe parou.
DISTRITO FEDERAL – Cerca de 20 mil trabalhadores mobilizaram-se frente ao Museu Nacional da República, em Brasília. A passeata terminou em frente ao Congresso Nacional. Houve paralisação completa das atividades no CEASA (Centrais de Abastecimento do Distrito Federal). A frota de táxi da capital federal, ônibus e metrô aderiram ao movimento.
GOIÁS – Em Goiânia, o Detran fechou e policiais participaram da mobilização.
MARANHÃO – Todas as garagens de ônibus foram ocupadas. Não há circulação de nenhum transporte coletivo na cidade. A BR135, o Porto do Itaqui, a Área Itaqui-Bacanga e o aeroporto foram ocupados. As agências bancárias não funcionaram. O Sindicato dos Comerciários comandou o fechamento das poucas lojas abertas na Rua Grande, em São Luís.
MATO GROSSO – Trabalhadores de Cuiabá concentram-se na Praça Ipiranga, no centro, para grande ato vespertino.
MATO GROSSO DO SUL – Campo Grande reuniu 70 mil pessoas.
MINAS GERAIS – Na cidade de Juiz de Fora mais de 55 mil pessoas participaram da manifestação convocada pela CSB e centrais. Em Ijaci, a mobilização que começou às 6h30, na entrada da cidade, e seguiu para a Praça da Matriz. Aconteceu ato de sindicatos na rodovia próxima ao município de Pirapora. Teófilo Otoni, Nova Serrana e São Sebastião do Paraíso também foram palco das manifestações.
PARÁ – Concentração foi na Praça da República, em Belém, e contou com mais de 30 mil trabalhadores.
PARAÍBA – As principais ruas da capital, João Pessoa, foram bloqueadas. Trabalhadores mobilizaram-se em frente a estabelecimentos comerciais da cidade.
PARANÁ – Em Curitiba, os terminais de ônibus estão vazios. Rodovias foram bloqueadas. A população foi para as ruas.
PERNAMBUCO – Rodovias bloqueadas. Os ônibus não circularam.
RIO GRANDE DO SUL – Em Porto Alegre, dirigentes da CSB dirigiram-se ao Largo Glênio Peres. Bloqueios em rodovias e também em avenidas. Na capital, Região Metropolitana e no interior do Rio Grande do Sul, a circulação de trens e ônibus foi suspensa.
RONDÔNIA – A capital, Porto Velho, está parada. Trabalhadores se mobilizaram em todas as regiões.
SANTA CATARINA – Em Florianópolis, a BR SC 401 foi fechada em frente ao Shopping Itaguaçu, sentido sul; e a BR 101, nos dois sentidos, em frente ao Fort. Trabalhadores foram mobilizados nos dois locais e também em Barra Velha.
SÃO PAULO – Há paralisações em empresas privadas como Totvs e Sonda e nas estatais Cobra Tecnologia, Prodam e Prodesp, responsáveis pelas áreas de tecnologia do Banco do Brasil, da Prefeitura de São Paulo e do governo estadual. Dirigentes da CSB também marcaram presença em Jundiaí, Itatiba, Guarulhos, Santos e Baixada Santista, Sorocaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Campinas, Araçatuba, São José dos Campos e Presidente Prudente.
Veja a galeria de fotos da greve geral
Assista ao vídeo da análise do presidente Antonio Neto sobre a greve:
Assista à reportagem da TV Cultura, que destaca os atos organizados pela CSB: