O Sindicato dos Mineiros de Candiota (RS) emitiu uma nota denunciando a estratégia que vem sendo adotada pelo governo do Rio Grande do Sul para entregar a exploração da jazida de carvão da cidade à iniciativa privada. Leia:
“O Sindicato dos Mineiros de Candiota, atendendo a anseio de sua categoria, vem manifestar seu repúdio ao ímpeto privatista do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, que vem sistematicamente entregando a preço irrisório o patrimônio gaúcho e, para garantir o seu intento, usa a tática de suspender os investimentos e inviabilizar a prestação de serviço por parte das empresas que está no seu rol de vendas.
E, nesse objetivo, para inviabilizar a CRM-Unidade de Candiota, a gestão atual desmobilizou a mina e entregou a sua exploração e produção de carvão à iniciativa privada, alegando para que teria sido orientação de empresa contratada para auditar as contas da empresa e apontar soluções de economia.
Contudo, apesar de dizer que embasar sua decisão em relatório de empresa contratada para esse fim, cuja contratação (Contrato CRM-POA n° 27/2023) custou para a CRM o valor de R$ 5.087.50,00 (cinco milhões, oitenta e sete mil e quinhentos reais), até este momento o dito relatório é sigiloso e não foi dado acesso ao seu conteúdo ao sindicato e nem sequer está disponível no site oficial da CRM ou dos demais órgãos govermamentais do Estado do Rio Grande do Sul, ferindo, assim, o princípio de transparência que rege os atos da administração pública.
Apesar de justificar tal ato na economicidade, é público e notório que a terceirização dos serviços, como feito com a mina da CRM em Candiota, que passou para a iniciativa privada a sua produção de carvão, atividade-fim da empresa, não representa economia, ja que os empregados e equipamentos ficam ociosos e há, na verdade, desperdicio de dinheiro público.
Desse modo, entendemos que tal decisão é totalmente condenavel, já que a CRM-Mina de Candiota opera com superávit e gera riquezas para o nosso Estado, sendo autossuficiente, de modo que a desmobilização da Mina de Candiota representa graves prejuízos à sociedade gaúcha, motivo pelo qual manifestamos nosso repudio à decisão.
Moisés de Rodrigues, presidente do Sindicato dos Mineiros de Candiota”
Maior reserva do país
A mina da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) em Candiota está inserida na maior jazida de carvão mineral do Brasil. As reservas de carvão são de 1 bilhão de toneladas passíveis de serem mineradas a céu aberto. A CRM vem trabalhando na região desde 1961, focando principalmente na produção de carvão termelétrico.
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O Rio Grande do Sul possui aproximadamente 80% do carvão mineral do país, sendo a maior reserva do Brasil. Nesse cenário, a Companhia Riograndense de Mineração detêm um grande potencial energético, com cerca de três bilhões de toneladas do minério.
A Jazida de Candiota possui as condições geológicas mais favoráveis do país. Suas reservas são bastante superficiais, de até 50 metros de profundidade, o que facilita a extração do carvão.
Foto: divulgação/CRM