Entidade se reuniu com outros órgãos ligados à agricultura, pecuária e à indústria da carne e derivados do Estado
O Sindicato dos Médicos Veterinários do Paraná (SINDIVET-PR) participou na manhã desta terça-feira (11), no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, de mais um debate envolvendo a “Operação Carne Fraca”, da Polícia Federal. Na ocasião, foram discutidos os reflexos e impactos, além de esclarecimentos técnicos sobre a operação.
Presidente do SINDIVET-PR e Secretário Nacional dos Profissionais Liberais da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Cesar Amin Pasqualin representou as entidades no encontro, que contou com a presença de deputados, representantes de órgãos públicos ligados à agricultura e pecuária, além da indústria de carnes e derivados do Paraná.
Em seu pronunciamento, Pasqualin quebrou os paradigmas e foi na contramão do que vem sendo falado ao longo deste caso.
“Estas questões precisam ser trabalhadas no dia seguinte, temos o costume de buscar culpados e não agregar nada para melhorias do processo. Nosso foco deve ser nas nossas responsabilidades pós-tragédia. Quais lições podemos tirar e o que fica para nós trabalharmos? Metralharam a mídia e nós não achamos nenhum exagero por parte deles. Falaram que foi um equívoco da Polícia Federal, mas as pessoas se apegam a isso para neutralizar o assunto. Neste processo, quem deve de fato está sendo aliviado. Para nós, a mídia e a PF exercerem seus papéis, muito bem feitos”, explicou o dirigente que também enalteceu o denunciante.
“O auditor fiscal fez a denúncia para um órgão competente, que é a Polícia Federal (PF). Esse indivíduo não pode ser crucificado como algumas pessoas querem. Imagine só, ele procurou internamente um suporte para denúncia, mas foi perseguido e no último recurso foi na PF. A atitude dele é uma prova de honestidade e isso é fazer a lição de casa. Perante os órgãos internacionais isso soa muito bem e a prova maior disso é que está voltando a normalidade do mercado gradativamente”, falou Pasqualin.
O presidente do SINDIVET-PR ainda explicou para os participantes da audiência, quais caminhos tomar.
“Primeiro, devemos acabar com estas questões de fiscalização de degrau e trazê-las todas para um único degrau. O consumidor do município tem o mesmo direito de consumir um produto de exportação. Todos eles têm que fazer posições de fiscalização para ofertar o melhor produto para a população em geral. Para isso, não pode haver diferença da atuação das fiscalizações municipal, estadual e federal”, finalizou o dirigente, que representará as duas entidades em audiência sobre o mesmo assunto, no Senado Federal, na tarde desta quarta-feira (12).
Também participaram da audiência os deputados Guto Silva (PSD), Claudio Palozi (PSC), Luís Corti (PSC), Ademir Bier (PMDB) e Marcio Nunes (PSD); além de representantes de entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP); da Emater; da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar); da Vigilância Sanitária Estadual; da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Operação Carne Fraca
A operação foi deflagrada no último dia 17 de março pela Polícia Federal, que apura um suposto esquema de fraude na produção, fiscalização e comercialização de carnes, além de pagamentos de propina a fiscais no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).