Trabalhadores reivindicam direitos básicos e fim de gastos públicos com serviços não-essenciais
Em protesto contra a negligência da Prefeitura do Município de Ibatiba (ES) no cumprimento dos direitos básicos dos servidores, cerca de 900 trabalhadores deflagraram greve geral na última segunda-feira (23). A mobilização, liderada pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ibatiba (SINDIPUMIES), reivindica reposição salarial de 3%, o pagamento do Piso Nacional Salarial dos professores e um salário digno aos operários, serventes, merendeiras e vigias.
De acordo com o Sindicato, o prefeito Luciano Pingo já chegou a gastar R$ 1,3 milhão por ano para financiar a ampliação do quadro de funcionários comissionados, shows e publicidade em detrimento dos direitos dos servidores. A quantia representa um aumento de 20% dos custos da administração pública em comparação à gestão anterior.

Hoje, os professores recebem 18% a menos do que o previsto na Lei 11.738/2008, e os servidores tiveram seus planos de carreira, progressões e promoções congelados. A justificativa da Prefeitura para o atual cenário é a falta de índice fiscal – o que não foi aceito pelos servidores.
Na própria segunda-feira, mais de 300 trabalhadores realizaram uma passeata da sede do Sindicato até a frente do prédio da Prefeitura para reivindicar seus direitos. A manifestação marcou o início da greve geral, que termina nesta quinta-feira (26), e da greve parcial por tempo indeterminado.
“A Lei de Responsabilidade Fiscal não dá abertura para o prefeito julgar se ele vai pagar ou não direitos trabalhistas. Todo ano temos que fazer uma luta parecida para conseguir que direitos básicos sejam cumpridos como se as leis e a Constituição não existissem. Os servidores ficam desmotivados. Por isso, a greve parcial irá durar até o prefeito apresentar uma proposta para atender às nossas reivindicações. Vai funcionar somente 50% dos serviços públicos municipais até lá. E nós temos o apoio da população nesta luta”, assegura Salôto.
O SINDIPUMIES ainda alerta que a irresponsabilidade da Prefeitura também pode gerar mais despesas aos cofres públicos. Segundo a Entidade divulgou em panfleto, se os servidores não lutarem “para impedir essa lambança e essa arbitrariedade no serviço público, nosso salário estará em risco. [Além disso], dívidas trabalhistas acumulam juros e multas que serão custeadas pelos impostos da população. E isso pode causar um descontrole das contas públicas”.







