Nota: Apoio ao ministro da Previdência para reduzir juros para aposentados

Nota conjunta das seis centrais sindicais: apoio à proposta do ministro da Previdência de reduzir juros para aposentados e pensionistas, e a necessidade de combater os juros altos no Brasil. Confira íntegra:

BASTA DE JUROS ALTOS! MAIS RESPEITO AOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO BRASIL  

As Centrais Sindicais expressam seu apoio à proposta do Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), de reduzir as taxas de juros dos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas, que será levada para votação no Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) na próxima semana.  

Não há justificativa para que essas taxas sejam tão elevadas e extorsivas, uma vez que os níveis de inadimplência são baixos. É importante lembrar que os aposentados e pensionistas são uma parcela da população que já contribuiu muito para o país e que merecem ser tratados com dignidade e respeito.  

Uma taxa de referência plausível para os consignados consta no Projeto de Lei (PL) 2.081/2022, do senador Paulo Paim (PT-RS), que estabelece um teto de 15% por ano, incluindo os juros, tarifas bancárias, encargos operacionais, seguros ou quaisquer outros valores incidentes sobre o valor da operação financeira.  

É importante que o Brasil adote as melhores práticas internacionais neste quesito.  

Segundo um estudo do Banco Mundial publicado em 2018, 76 países, responsáveis por 80% do PIB global e 85% dos recursos bancários do mundo, possuem algum tipo de limite de taxas de juros no crédito aos consumidores.

Desses, 32 estabelecem tetos relativos, enquanto 24 impuseram limites absolutos de taxas de juros. E a maioria dos países (52) incorpora o limite de juros à legislação, a exemplo da Lei da Usura. 

Mesmo no caso de limites diferenciados por operações, países como França, Espanha, Portugal e Reino Unido estabelecem limites que chegam a ser 20 vezes menores do que os praticados no Brasil em operações de crédito ao consumidor.  

Além disso, pedimos ao governo e ao Congresso Nacional que reduzam a margem consignável para até 30% da renda dos aposentados, alterando os efeitos da Lei 14.431/22.  

Atualmente, essa margem está em 45%, o que limita ainda mais o orçamento já apertado dos aposentados e pensionistas, que muitas vezes são alvos de ofertas ilusórias de um mercado predatório de empréstimos.  

Destacamos que não estamos falando de um problema pontual, mas sim de um problema que afeta milhares de pessoas em todo o país. O cenário de desemprego, fome e aumento do custo de vida torna ainda mais importante a redução das taxas de juros e a redução da margem consignável.  

É preciso que o governo atue firmemente para garantir que essas pessoas tenham acesso a crédito de qualidade e a condições justas. 

Por fim, pedimos também que o governo promova alterações na composição do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), garantindo a paridade com o setor patronal e a participação equânime das Centrais Sindicais que cumpriram os requisitos de aferição, como previsto na Lei nº 11.648/2008.  

É fundamental que todas as centrais que atendam aos critérios estabelecidos pela lei tenham voz e voto no Conselho da Previdência. Esperamos que nossas demandas sejam atendidas e que o Governo trabalhe em prol da garantia de direitos e da justiça social em nosso país.  

Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros) 

Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)  

Miguel Torres, Presidente da Força Sindical  

Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)  

Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)  

Moacyr Roberto Tesch Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) 

Veja também: Economistas lançam manifesto contra juros altos no Brasil e pedem redução da Selic; leia a íntegra

Compartilhe:

Leia mais
4 encontro sindical fespume-es
Federação dos Servidores Municipais do ES (Fespume-ES) realiza 4º Encontro Sindical
aumento emprego entre mulheres
Número de mulheres com carteira assinada aumenta 45% em um ano
nota centrais sindicais contra plano golpista
Nota das centrais sindicais: "União contra o golpismo e pela democracia"
Antonio Neto Sindis
Antonio Neto: Sindicatos devem aproveitar tecnologias e se adaptar para sobreviver
empresa obriga mãe voltar ao trabalho recém-nascido
Empresa é condenada por obrigar mãe a voltar ao trabalho uma semana após dar à luz
semana 4 dias de trabalho aumento produtividade
Empresa aumenta em 20% a produtividade ao adotar semana de 4 dias; Brasil testou modelo
Antonio Neto 3 congresso cspm
3º Congresso da CSPM: Antonio Neto fala sobre necessidade de adaptação dos sindicatos
escala 6x1 prejudica saúde mental
Escala 6x1 prejudica saúde mental e produtividade dos trabalhadores, diz especialista
ministra esther dweck defende estabilidade do servidor público
Estabilidade do servidor é pilar de defesa do Estado, diz Esther Dweck em resposta à Folha
CSB no G20 Social
CSB defende fim da escala 6x1 e proteção aos direitos dos trabalhadores no G20 Social