No terceiro trimestre de 2020, a diferença salarial entre negros e brancos chegou à R$ 1.492, o maior valor desde 2012, ano de início da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE. Dado aponta para os efeitos do racismo estrutural e a desigualdade entre negros e brancos no país.
Outro dado que chama atenção é de que as famílias chefiadas por negros no Brasil vivem com praticamente metade do total despendido pelas famílias que têm como referência uma pessoa branca.
Em estudo do Afro (núcleo de pesquisa e formação em raça, gênero e justiça racial do Cebrap), assinado por Caio Jardim Souza, Gisele Silva Costa e Thayla Bicalho Bertolozzi, mostra que a taxa de desemprego dos negros subiu de 11,4% para 16,6%, enquanto entre brancos subiu de 9,17% para 11,5% entre maio e novembro.
Se soma a esses dados a pesquisa feita pela Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico, em que se revelou que no Brasil as mulheres negras ganham 60% a menos que os homens brancos. Os postos de trabalhos mais precários do país são ocupados, na maioria das vezes, por mulheres negras.
Em meio à pandemia, a população negra é a mais afetada e sujeita à morte por coronavírus, pois boa parte está concentrada em bairros periféricos, onde serviços essenciais como saúde e saneamento básico são escassos. Esse e outros fatores contribuíram para o aumento da desigualdade entre negros e brancos.
Fonte: Esquerda Diário