Desemprego sobe para 12,4% em fevereiro, diz IBGE

População subutilizada é a maior da série do instituto, iniciada em 2012. Dados trazem série de recordes negativos

 

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, atingindo 13,1 milhões de pessoas, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o instituto, a alta representa a entrada de 892 mil pessoas na população desocupada – com isso, o Brasil alcançou 13,1 milhões de trabalhadores nessa situação.

No trimestre encerrado em janeiro, a taxa de desemprego verificada pelo IBGE foi de 12%, atingindo 12,7 milhões de brasileiros – o maior número de desocupados desde agosto de 2018 e a primeira alta em dez meses.

“A desocupação voltou a subir, mas não é a maior da série. Neste mesmo trimestre (dezembro a fevereiro), a maior foi de 13,2%, em 2017. Esperava-se que ela fosse subir, é um aumento que costuma acontecer no começo do ano”, explicou, em nota, o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Taxa de subutilização recorde

Já a taxa de subutilização – trabalhadores que poderiam estar trabalhando mais horas – alcançou 24,6%, chegando a 27,9 milhões de pessoas – o maior número da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

Na comparação com os três meses anteriores, houve uma alta de 901 mil pessoas subutilizadas. Já na comparação como mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento foi de 2,9%, ou 795 mil pessoas.

Desalento também é o maior da série

O número de pessoas desalentadas, que chegou a 4,9 milhões, também é recorde da série do IBGE, repetindo o registrado nos três meses anteriores (setembro a novembro), mas uma alta de 275 mil pessoas em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O percentual de desalentados, de 4,4%, é o mesmo registrado nos três meses anteriores, também recorde.

“Dado que o desemprego chegou neste nível tão alto, isso alimenta o desalento também. Essas pessoas não se veem em condições de procurar trabalho”, explicou Cimar.

Fora da força de trabalho

O IBGE apontou também que a população fora da força de trabalho alcançou 65,7 milhões de pessoas, a maior da série do instituto, crescendo 0,9% frente aos três meses anteriores e 1,2% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.

Já a população ocupada caiu 1,1% frente aos três meses anteriores (menos 1,062 milhão), para 92,1 milhões de pessoas. Na comparação com os mesmos meses do ano passado, no entanto, houve um crescimento de 1,1% na população ocupada, ou 1,036 milhão de pessoas.

Educação, indústria e construção encolheram

A administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais foi o setor que mais dispensou trabalhadores na comparação com os três meses anteriores, com um corte de 574 mil pessoas. Indústria (-198 mil) e construção (-155 mil) também reduziram o número de trabalhadores.

“Essa perda no grupo de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais se deu, basicamente, na educação, que perdeu 470 mil de pessoas. Esse processo também afeta muito o empregado sem carteira, principalmente na construção e indústria”, afirmou Cimar.

De acordo com os dados do IBGE, o setor de transporte, armazenagem e correio foi o único que teve aumento na população ocupada, com uma alta de 133 mil pessoas.

Trabalhadores por conta própria somam 23,8 milhões

O número de trabalhadores por conta própria ficou estável em relação aos três meses anteriores, em 23,8 milhões. Mas frente aos mesmos meses do ano passado, houve uma alta de 2,8%, equivalente a 644 mil pessoas.

Já o número de empregados sem carteira assinada caiu (-4,8%) na comparação com o trimestre anterior (menos 561 mil pessoas), para 11,1 milhões no trimestre de dezembro a fevereiro. Comparado a um ano antes, houve alta de 3,4%, ou 367 mil pessoas.

O número de empregados no setor privado com carteira assinada (exclusive trabalhadores domésticos) foi de 33 milhões de pessoas, ficando estável em ambas as comparações.

Rendimento

O rendimento médio real habitual (R$ 2.285) cresceu 1,6% frente ao trimestre anterior e ficou estável em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A massa de rendimento real habitual (R$ 205,4 bilhões) ficou estável em ambas as comparações.

Fonte:  G1

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