150 pessoas participaram do debate sobre a realidade de mais 1 milhão de brasileiras
Para abrir o debate sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as causas da violência contra a mulher no estado do Rio de Janeiro, a CSB promoveu, na última sexta-feira (18/09), a palestra da deputada estadual e presidente da Comissão, delegada Martha Rocha (PSD). 150 pessoas acompanharam a discussão na regional carioca da Central, que contou com a presença da vice-presidente da CSB e presidente da Federação dos Empregados em Estabelecimento de Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Maria Barbara da Costa, e presidente do PMDB Mulher/RJ, Kátia Lôbo.
Com um público composto pela juventude trabalhadora e por movimentos feministas, sindicais e de direitos humanos, foram colocados em pauta assuntos como agressão moral, garantia dos direitos e da cidadania das mulheres e as ocorrências de feminicídios no Brasil. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 1,2 milhão de mulheres sofrem com a violência de gênero no País.
Para a deputada e delegada Martha Rocha, uma das comprovações de que as agressões domésticas são uma questão específica de gênero é a inexistência de um perfil exclusivo das vítimas. Durante a palestra, Rocha evidenciou que a única característica em comum entre as mulheres agredidas física e/ou moralmente dentro de suas próprias casas é o fato de pertencerem ao sexo feminino. “As vítimas podem ser mulheres escolarizadas ou não, jovens ou idosas, qualquer que seja sua etnia e orientação sexual”, ressaltou.
Ainda de acordo com a presidente da CPI a respeito do tema, 65% dos crimes de violência contra a mulher acontecem no espaço privado, sendo as idosas umas das mais vulneráveis aos ataques. “Um terço das famílias brasileiras é sustentado pela terceira idade. Então, hoje, quando examinamos a realidade desta população, vemos que muitas mulheres são vítimas de violência física porque sua família, seu neto, sua filha ou seu filho querem ficar com o seu cartão de aposentadoria. Em razão disso, decorre a morte, a lesão e o sofrimento físico”, detalhou Martha Rocha.
Segundo a delegada, “aquela frase ‘lar, doce lar’ é uma frase mentirosa para muitas brasileiras, e os dados estatísticos estão aí para demonstrar isso”. Estimativas divulgadas pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em maio de 2015, apontam que das mais de um milhão de mulheres agredidas no Brasil, 500 mil foram violentadas, tendo apenas 52 mil casos chegado ao conhecimento da polícia.
CSB Mulher
Em luta a favor da dignidade de todas as trabalhadoras do País desde sua criação, a CSB vem trabalhando em defesa de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. Por meio dos encontros e debates promovidos pelas suas dirigentes, a Central tem como objetivo fortalecer a discussão de gênero a nível nacional, balizado pelo princípio de que não se constrói políticas públicas salutares com qualquer tipo de opressão, mas com liberdade de pensamento e ação.
Desde a sua criação, o movimento da CSB Mulher já participou da corrida e caminhada contra o câncer de mama, que aconteceu este ano, no Aterro do Flamengo – RJ, e realizará o seu primeiro Congresso Nacional, marcado para fevereiro de 2016, em Brasília. A Central também trabalha para participar do Outubro Rosa, movimento mundial cujo objetivo é conscientizar e compartilhar informações sobre o câncer de mama e a prevenção da doença.
De acordo com a CSB/RJ, “a palestra da deputada Martha Rocha não é uma ação isolada, mas fruto desses outros atos promovidos pela Central”. Segundo a Entidade, “a CSB entendeu a importância desse debate e, por isso, trabalha com esta temática sobre a mulher em diversas esferas, o que culminou na discussão mais profunda, que é a CPI”.
O debate da última sexta-feira também foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas, Cursos e Treinamentos de Informática, Lan house, Cyber Café, Manutenção e Reparação de Máquinas de Escritório do estado do Rio de Janeiro (SINDIERJ).
