CSB realiza seminário para organizar estratégias em defesa dos serviços públicos

O evento contou com a palestra de Fausto Augusto Junior, do Dieese, e com os apontamentos de lideranças da CSB

Visando compreender e enfrentar a Reforma Administrativa, proposta pelo Governo Federal, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) realizou um seminário. O evento foi transmitido pelo YouTube e teve a participação de Fausto Augusto Junior, do Dieese, e também de importantes lideranças que representam os trabalhadores no serviço público. 

Após dar um completo panorama sobre a organização do funcionalismo público no Brasil e sobre como a Reforma destrói tal organização, Fausto desmentiu a falácia de que a população brasileira se opõe ao trabalho dos servidores. “Não é verdade o discurso de que a população é contra os serviços públicos e contra os servidores. O povo sabe, principalmente as parcelas que vivem nas regiões mais carentes, o quão importante é o trabalho do servidor público. O problema é que se começa um processo, que já existe há muito tempo, de transformar o funcionário público em uma figura privilegiada. Na verdade os privilegiados são os banqueiros, são os grandes empresários, são aqueles que se apoderam de parcelas significativas do fundo público”. 

A secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CSB, Antonieta de Faria, apontou como as reformas em curso no Brasil atendem a interesses de empresas do setor privado. “Foi o que apontamos na Reforma da Previdência. Lá, as alterações de regime tinham uma questão muito mais grave por trás: elas visavam a atender aos interesses dos planos privados de previdência”. 

A questão do aumento da corrupção, causado pelo fim da estabilidade, também foi pontuada no encontro a partir da fala do vice-presidente da CSB Sérgio Arnoud. “Com o fim da estabilidade virá a impunidade. Além disso, ocorrerá a troca dos servidores públicos de 4 em 4 anos a partir de canetadas dos políticos eleitos. Entre os vários aspectos dessa reforma administrativa, está a ampliação do processo de corrupção desde o município até o Governo Federal”, afirmou, Arnoud.

Já Antônio Wagner, liderança da CSB no estado do Mato Grosso, ressaltou a questão das enormes quantias que estão sendo perdidas em sonegações e isenções fiscais. Além disso, apontou também a necessidade de disputarmos na mídia espaços para construir uma narrativa apontando o caráter nocivo da reforma. “É muito importante que a gente compre espaço nas rádios, compre espaços na TV, compre espaços na internet. É necessário um esforço de união, um esforço orçamentário para termos espaço dentro dos meios de propaganda disponíveis.” 

Por fim, o secretário-geral da CSB, Álvaro Egea, lembrou que a série de reformas que estão sendo colocadas em prática nos últimos ano representam a destruição da Constituição de 1988. “Não se trata de um processo isolado, mas da implementação de um novo tipo de Estado. Aquele Estado de bem-estar social, idealizado pela constituição de 88, está sendo destruído e nós devemos enfrentar esse debate”.

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