Em reunião com o presidente da República em exercício, as entidades reivindicaram reajuste salarial justo; Central amplia sua base de atuação com mais quatro filiados da categoria
Na tarde de ontem, 10 de novembro, o vice-presidente da República, Michel Temer ‑ que exercia a Presidência da República ‑, recebeu Antonio Neto e dirigentes da federação e de sindicatos dos policiais federais de vários estados. No encontro, foram discutidos o reajuste salarial da categoria e a PEC 51/2013, que prevê a desmilitarização e a unificação das polícias estaduais no Brasil. A CSB e as entidades pediram o apoio do vice-presidente nas lutas da categoria.
Representantes da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF) e dos Sindicatos dos Policiais Federais de São Paulo (SINDPOLF-SP), Minas Gerais (SINPEF-MG), Brasília (SINDPOLF-DF) e Rio Grande do Norte participaram da reunião e apresentaram ao presidente em exercício a urgente necessidade da recomposição salarial desses trabalhadores. Desde 2006 os salários da categoria estão congelados.
Segundo Alexandre Cavalcanti, diretor da FENAPEF, a perda do poder aquisitivo do salário dos policiais federais chega a 50%. “Categorias que há anos ganhavam menos que nós hoje recebem o dobro. Ficamos satisfeitos com as conquistas desses companheiros, mas nós também precisamos ser valorizados”, defendeu.
Na análise do presidente do SINPEF-MG, Rodrigo dos Santos Marques, a proposta do governo ‑ de 15,8% de reajuste ‑ é insuficiente. “Tendo em vista a nossa defasagem salarial de sete anos, a recomposição inflacionária mínima necessária para os vencimentos da categoria é de 45%”, argumentou.
“Queremos um diálogo com o governo para enxergarmos uma luz no fim do túnel. Um aumento linear de, pelo menos, 26% já nos daria mais tranquilidade”, ressaltou Jones Borges Leal, presidente da FENAPEF.
Além da questão salarial, a categoria reivindica a reorganização da Polícia Federal, com a reestruturação dos cargos, e a democratização da PF por meio da PEC 51, que também visa criar uma ouvidoria externa.
Apoio e respeito
Michel Temer se mostrou solícito às reivindicações da categoria e afirmou que o apoio do Congresso à pauta é muito importante. O vice-presidente se comprometeu também em buscar respaldo interno do governo e junto aos parlamentares.
“Tivemos uma impressão muito boa da reunião. Ficamos felizes com o fato de o Temer já ter conhecimento dos problemas que levamos até ele”, disse Flávio Werneck, presidente do SINDPOLF-DF. “A boa vontade do vice-presidente nos enche de esperança para que consigamos alcançar o nosso pleito”, completou o presidente do SINDPOLF-SP, Alexandre Santana Sally.
Filiação
Na audiência, o presidente da CSB apresentou a Michel Temer os novos filiados da categoria e os integrantes da direção nacional da Central. Os quatro sindicatos presentes à reunião firmaram compromisso com a luta da entidade. Flávio Werneck, nomeado vice-presidente, se dispôs a comandar a CSB no Distrito Federal. Rodrigo Marques é uma forte liderança em Minas Gerais e cumprirá um papel fundamental na organização da Central no Estado.
A articulação política da CSB junto ao governo foi destacada pelos dirigentes. “A Central já se mostrou fundamental na nossa luta. Só em nos dar acesso ao primeiro escalão do poder executivo, já demonstra o poder político da entidade”, ressaltou Alexandre Cavalcanti, da FENAPEF.
Para Rodrigo Marques, do SINPEF-MG, uma central sindical forte transmite experiência e é capaz de chegar às últimas instâncias em defesa da categoria. “No nosso caso, a CSB pode nos ajudar no nosso trabalho no serviço público, para que a população o receba de maneira mais eficiente. Esse trabalho melhora o contato entre o servidor da polícia e a população”, argumentou.
“Essa intermediação da CSB foi um primeiro passo para que, em 2014, tenhamos uma solução para essa questão salarial e a reestruturação da Polícia Federal”, comentou Jones Leal, da FENAPEF.
O presidente do SINDPOLF-SP afirma que a reunião com o vice-presidente da República foi a conquista mais importante desse período de negociação. “A CSB mostrou força e vontade em atender aos pleitos dos policiais federais”, concluiu Alexandre Sally.