Nesta quarta-feira (17) o Movimento Basta! se reuniu de forma virtual para avançar no debate que questiona os objetivos e eficácia dos termos em que foi aprovada a PECs 186/19 (PEC Emergencial) e na maneira desordenada com a qual tramita a PEC 32/20, conhecida como Reforma Administrativa.
“Ficou muito claro qual o interesse dessa reforma pelo governo, acabar com o servidor público. E infelizmente ela também atende os interesses de muitos deputados e senadores, a verdade é que hoje temos muito poucos representantes que defendam nossos interesses no Congresso. E minha opinião é que devemos então lutar para protelar ao máximo essa votação, o quão mais próximo de 2022 conseguirmos chegar, mais chances de evitar o desastre teremos.” afirmou Aires Ribeiro, diretor da CSB Nacional e Presidente da FESSPMESP e CSPM
O movimento “Basta!” reúne entidades, sindicatos e a população para protestar junto a parlamentares convidados contra os termos da PEC Emergencial (PEC 186/19) e da PEC da Reforma Administrativa (PEC 32/20). As mais de 300 entidades do movimento entendem que o momento pede a priorização de pautas em defesa da vida e da economia.
Os milhões de servidores públicos federais, estaduais e municipais também defendem, unidos no movimento, a priorização de uma pauta positiva pelo Congresso Nacional. O foco deve ser a votação de proposições legislativas que tenham por objetivo, por exemplo, acelerar a vacinação contra a COVID-19, garantir o auxílio emergencial, proteger empregos e empreendedores, principalmente as pequenas e médias empresas, aprovar a reforma tributária e redesenhar o pacto federativo.
As entidades estão reunidas, desde o início de fevereiro, costurando estratégias e discutindo sugestões de emendas às propostas. Entendem as entidades que neste momento e nos próximos anos, tendo em vista a crise econômica e a perda de renda dos brasileiros, aumentará significativamente a demanda da sociedade por serviços públicos, sobretudo na área de educação e saúde. Tanto a PEC 186 quanto a PEC 32 trazem propostas que, caso aprovadas, irão significar o desmonte do serviço público e o aumento da corrupção, em prejuízo direto aos cidadãos.
“Hoje em dia, a palavra reforma parece abrir portas mas as pessoas se esquecem que reformas podem acabar mal e em um estado de estrago.” destacou Pedro Pontual apontando a total falta de estratégia na elaboração de uma PEC que pode ter efeitos nefastos ao país, “o ministério da economia sequer apresentou uma estimativa formal de quanto ele pretende poupar com essa reforma, qualquer número que circule na imprensa foi feito por outras entidades e não podemos saber em que cenários esses cálculos foram estimados” completo Pontual.
No mesmo dia do evento um protesto de diversos membros das Forças de Segurança do país, uma classe fortemente afetada com a aprovação da reforma, acontecia em Brasília. Organizada pela União dos Policiais do Brasil (UPB), que congrega mais de 20 entidades representativas de carreiras policiais, o movimento protestava a aprovação da PEC Emergencial, usada como chantagem para o retorno de um auxílio emergencial que ainda não se tornou realidade e foi aprovada na última segunda-feira pelo Congresso Nacional e também buscando juntar forças para barrar o avanço de mais uma reforma do super ministério capitaneado por Paulo Guedes.