O novo modelo de empréstimo consignado para trabalhadores com carteira assinada deve ser anunciado em breve e com forte atuação dos bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa. Prestes a anunciar a novidade, o presidente Lula determinou que as instituições públicas ofereçam taxas de juros competitivas, a fim de manter os juros da modalidade os mais baixos possível.
Ao contrário do que acontece com o consignado do INSS, que tem um teto de juros determinado pelo Conselho Nacional de Previdência Social, o novo consignado para os trabalhadores não terá limite máximo de juros, ficando cada instituição financeira livre para praticar as taxas que considerem apropriadas, conforme foi pedido pelos representantes dos bancos.
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A expectativa no setor bancário é de que haverá acirrada entre bancos públicos e privados pelos clientes, o que deve contribuir para a redução dos juros na modalidade.
Isso porque o relacionamento dos bancos com os trabalhadores do setor privado é mais pulverizado entre as instituições, diferente do que acontece com servidores e aposentados em relação aos bancos públicos. Embora Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal devam atuar nesse mercado, eles não terão nenhuma preferência.
Além disso, a garantia do desconto em folha do salário do trabalhador CLT também deve contribuir para a oferta de juros menores.
Os maiores bancos privados do país estimam que a carteira de crédito do consignado privado deve aumentar de R$ 40 bilhões para pelo menos R$ 120 bilhões, ou seja, triplicar de valor, enquanto outras estimativas chegam a falar em R$ 200 bilhões.
Segundo apuração da Folha, Lula tem falado da necessidade de novas medidas para facilitar “todos os tipos de crédito” como uma forma de combater os efeitos recessivos que a política de juros do Banco Central busca causar aumentando a taxa Selic. O Brasil tem atualmente os maiores juros reais (Selic menos inflação) do mundo, de 9,18% ao ano.
Em reunião com os presidentes dos bancos públicos, Lula falou sobre um programa de crédito para pequenos empreendedores. Deve haver também reforço de crédito para outros setores, como o imobiliário, além dos grandes investimentos em infraestrutura e no parque industrial brasileiro capitaneados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Com informações de Folha de S.Paulo
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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