Evento online reuniu secretários gerais e lideranças sindicais do Brasil, Chile, Uruguai e países da América Central e Caribe
Na última quarta-feira (26) foi organizado o Encontro Latino-americano em apoio à candidatura de Pedro Castillo. O evento contou com a participação de secretários gerais e lideranças sindicais do Brasil, Chile, Uruguai e países da América Central e Caribe, reitores de universidades, dirigentes de pequenas e médias empresas do México até o sul da Argentina, além de demais lideranças apoiadoras de Castillo, candidato à presidência da República pelo partido Peru Livre.
Castillo disputa o segundo turno, que será enfrentado no dia 06 de junho, e segue na liderança das pesquisas contra a candidata da extrema direita Keiko Fujimori, pela presidência do país. A campanha do candidato da esquerda inclui comícios abertos e uma proposta voltada para uma nova Convenção Constituinte mediante assembléia, a abertura de um Ministério de Ciência e Tecnologia e a luta contra a corrupção no país.
O candidato detém forte apoio das comunidades rurais do interior do Peru, de grupos indígenas, de populares e especialmente dos mais pobres, parcela da população peruana que mais sofre os efeitos da crise que assola o país nas últimas décadas, intensificada pelos efeitos da pandemia. A crise econômica se deve sobretudo ao modelo liberal estabelecido por Fujimori na década de 1990.
O cenário é acompanhado pela grave crise política que resultou no impeachment de diversos presidentes – três somente em uma semana, no fechamento do Congresso, no desgaste entre o Executivo e o Legislativo, na crise no judiciário, além da Lava Jato que envolveu prisões de vários ex-presidentes ligados ao escândalo Odebrecht e até o suicídio do ex-presidente Alan García.
O presidente da CSB, Antonio Neto, marcou sua participação no evento com fala contundente, compartilhando o que representa a candidatura Fujimori no Peru e a oportunidade do país ter um representante como Castillo, capaz de fortalecer os trabalhadores, retomar a democracia peruana e restabelecer a confiança para a saída da crise.
Neto lembrou que Castillo firmou recentemente o compromisso laboral com a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – CGTP, a fim de alterar o estado de coisas que temos hoje:
“Castillo representa para os brasileiros a luta por uma América Latina plural e democrática, que respeita os trabalhadores e trabalhadoras, mas sob a luta anti-imperialista. E é por isso que estamos aqui. Porque temos uma tarefa muito grande no Brasil para o próximo ano, que é derrotar o fascismo e genocídio representado pelo atual governo de Bolsonaro, que tenta fortalecer candidaturas como a de Fujimori, como fez também no Equador. Por isso é necessário que esta Pátria Grande esteja unida, na qual vemos que podemos ajudar na solidariedade e para que possamos fazer a virada na história da América Latina. Castillo representa isso. Voltarmos a sonhar que na América Latina é possível ter companheiros que transformem. Contem conosco, o sindicalismo brasileiro está a seu lado, Castillo”, relatou.