CSB homenageia a categoria que ajuda a desenvolver a economia do Brasil
Neste dia 25 de abril, é celebrado o Dia do Contabilista. A data foi criada em 1926, quando o senador e patrono dos contabilistas João Lyra foi homenageado. Em seu discurso de agradecimento, Lyra proclamou: “trabalhemos, pois, bem unidos, tão convencidos de nosso triunfo, que desde já consideramos 25 de abril o Dia do Contabilista Brasileiro”. A profissão de contabilista foi regulamentada 20 anos depois desse dia histórico pela lei 9.295, de 27 de maio de 1946.
De acordo com dados do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a profissão existe há cerca de 4 mil anos, mas só no século 19 foi reconhecida como ciência. Hoje, no Brasil, chegamos a quase 400 mil profissionais, distribuídos por órgãos públicos, consultorias e escritórios, exercendo funções de analistas, auditores ou contadores. Os contabilistas cuidam da gestão econômica de uma companhia, apuram os resultados, calculam impostos, entre outras atribuições. Entretanto, mais do que números e burocracia, os profissionais modernos falam de ética, flexibilidade e visão de futuro.
Segundo Luiz Sergio Lopes, presidente da Federação dos Contabilistas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, e vice-presidente da CSB, diminuir o desemprego, amenizar a desigualdade social e impedir a corrupção também são tarefas atribuídas aos contabilistas. “Nós somos responsáveis por toda a movimentação financeira de uma empresa, nós orientamos o empreendedor nas tomadas de decisões, damos suporte mercantil, fiscal e tributário. Tudo isso interfere na macro e na microeconomia brasileira. Além disso, a presença do contabilista é decisiva quando o assunto diz respeito a licitações e concorrências públicas, já que uma das exigências para a qualificação econômico-financeira é o balanço patrimonial, que só pode ser assinado por um profissional da área”, disse.
A contabilidade sofreu mudanças no decorrer dos anos, e os contabilistas precisaram buscar atualizações para acompanhar a evolução. A principal modificação veio com a Lei 11.638/07, que trata da internacionalização da contabilidade. De modo geral, ela amplia as obrigações dos profissionais. “Com essa lei, houve uma harmonização dos processos contábeis. Uma pessoa da Índia pode olhar um balanço de uma empresa brasileira e entender. Antes, isso era impossível. Outro fator importante foi a criação do Sistema Público de Escrituração Digital ( SPED), uma tecnologia que facilitou o trabalho do contabilista. Tudo isso colocou a nossa categoria em posição privilegiada no mercado de trabalho. Somos profissionais cada vez mais valorizados, pois nos tornamos parte fundamental da estratégia de crescimento das empresas”, explica Rogério Marques Noé, presidente da Federação dos Contabilistas de Minas Gerais.
Reivindicações
A categoria reivindica a reforma tributária brasileira, cuja estrutura atual é composta de taxas (vinculadas a serviços específicos, como taxa de esgoto, de incêndio etc.), contribuições para melhorar algum setor e impostos. “É tanto tributo que os brasileiros têm de pagar, que muitos setores da economia desanimam em ampliar suas atividades, e outros não conseguem sequer se manter no mercado. E, a cada ano, essa carga tributária só aumenta. Além dos impostos federais, há as tributações estaduais que, muitas vezes, fazem um imposto sobre determinada área ser pago mais de uma vez. A reforma tributária ajudaria não só as empresas como também o crescimento da economia brasileira. É necessário unificar e reduzir certas taxas”, avalia Tadeu Oneda, presidente da Federação dos Contabilistas de Santa Catarina.
Outro fator de relevância na pauta de reivindicações é a revogação da Lei 12.249, aprovada em 2010, que permite somente aos bacharéis em Ciências Contábeis exercer a profissão e se registrarem no Conselho Federal de Contabilidade (CFC). “A nossa grande missão é preservar a profissão do técnico em contabilidade. Caso essa lei entre em vigor em 2015, estaremos decretando a morte de boa parte da categoria dos contabilistas. Os técnicos tem um papel importante dentro do nosso universo. São 188 mil cargos que não terão substitutos. Nós estamos na luta e iremos vencer”, afirmou Luiz Sergio Lopes.
A valorização dos contabilistas é essencial. A importância do profissional de contabilidade tem crescido com os anos e também com a profissionalização e aperfeiçoamento. No entanto a categoria ainda é pouco valorizada por setores da sociedade e pelo governo. “São séculos de história de nós, que somos profissionais dos números, dando sustentação e orientando a empresas que precisam do nosso conhecimento no fator mais complicado do mundo comercial, o dinheiro”, disse Rosivaldo Justin, presidente do Sindicato dos Contabilistas do Estado de Pernambuco (Sindiconpe).
Já para Rita de Nazaré Melo Dias, presidente do Sindicato dos Contabilistas do Estado do Amazonas (SindContab), é necessário que haja mais espaço para as mulheres dentro da contabilidade. “Há muito preconceito com as mulheres contabilistas. As empresas muitas vezes deixam de contratar uma profissional não pela capacidade de trabalho dela, mas, sim, pelo seu gênero. Além disso, há diferença dos salários entre os gêneros. Muitas vezes a remuneração do homem chega ser mais que o dobro da mulher que desempenha a mesma função. É preciso que haja uma lei federal que obrigue a igualdade de gênero nos salários em todas as profissões”, concluiu.
A CSB parabeniza os contabilistas do Brasil e também apoia todas as lutas da categoria.