Reunião da Federação Sindical Mundial é marcada pela defesa da soberania dos países em desenvolvimento e dos direitos dos trabalhadores. Antonio Neto, presidente da CSB e ex-presidente da FSM, participou do encontro como convidado
O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, participou neste domingo (4) em Genebra (Suíça) da reunião preparatória da Federação Sindical Mundial (FSM) para a 111ª Conferência Internacional do Trabalho da OIT (Organização Internacional do Trabalho).
“É um orgulho representar os trabalhadores do Brasil na luta por direitos, dignidade e trabalho decente”, comentou Neto.
O encontro apresentou as resoluções da entidade e as pautas da conferência deste ano, que começa na segunda-feira (5) e vai até 16 de junho.
A abertura foi feita pelo dirigente chipriota Petros Petrou, que criticou durante o alinhamento da OIT com as teses dos EUA.
“Países que não ratificam as Convenções Internacionais ou as não aplicam se acham no direito de ficar em cima e denunciar outros países não alinhados”, lembrou ele, que destacou como positiva a possibilidade da adoção do espanhol como língua oficial do evento, além do inglês e o francês.
Em seguida, o sírio Adnan Azouz, membro do secretariado da FSM, fez uma defesa enfática da participação dos trabalhadores como questão central da ordem democrática: “Democracia é a participação dos trabalhadores nos espaços de poder, neste caso do movimento sindical”, argumentou.
Representantes de sindicatos da Síria, Líbano, Índia, Chipre, Nigéria, Palestina, Bielorrússia, República Centro-Africana e Peru participaram e fizeram intervenções no evento.
Diversos líderes reclamaram da tentativa de apartar a Federação Sindical Mundial das discussões e dos fóruns da OIT, além de usarem o espaço para denunciar as intervenções econômicas e invasões em países como Síria, Líbano, Iraque e Palestina.
O representante da CGTP, Central Geral dos Trabalhadores do Peru, aproveitou a reunião para denunciar o golpe de Estado promovido contra o presidente Pedro Castillo, a opressão contra o movimento progressista do país e o avanço de uma agenda contra os direitos dos trabalhadores, em um país com mais de 80% da classe trabalhadora na informalidade.
A representante da Federação dos Sindicatos da Bielorrússia, Hanna Varfalameyeva, fez uma fala em defesa dos trabalhadores do país e da Soberania da Bielorrússia. Ela denunciou a ação imperialista e a tentativa de intervenção no país através de sanções econômicas e sociais.
A dirigente destacou que os maiores afetados por uma possível condenação na OIT serão justamente os trabalhadores do país, que é alvo de um ataque político orquestrado pelos países hegemônicos.
Pela CSB, além do presidente Antonio Neto, participaram o secretário de Relações Internacionais, Aelson Guaitá, o consultor jurídico Clóvis Renato, o assessor de comunicação Vitor Imafuku, e a defensora pública do estado do Ceará, Érica Albuquerque.
Fotos: Imprensa CSB