De 12 a 16 de agosto, a Secretaria Nacional da Juventude da CSB participou da Cúpula do Y20 (Youth 20), grupo do G20 dedicado a discutir as questões pertinentes à juventude de todo o mundo, como inclusão social, no mercado de trabalho, transformação digital, sustentabilidade e combate à desigualdade.
Representou a CSB o 1º secretário nacional da Juventude, Enver Padovezzi, que faz parte de dois grupos de trabalho do Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva das Juventudes: o GT do Primeiro Emprego (Aprendizagem, Estágio e CLT) e o GT Qualificação, Requalificação e Aperfeiçoamento Profissional.
Os GTs visam criar políticas públicas e programas de adesão voluntária da sociedade civil organizada, unindo empresas, ONGs e governo, para implementação de ações com foco no combate ao desemprego, a desocupação forçada dos jovens em situação de vulnerabilidade e a exclusão digital das juventudes de menor renda e de classes sociais com baixo poder econômico.
Os grupos de trabalho reuniram-se na terça-feira (13) pela manhã e, à tarde, apresentaram as sínteses de cada GT aos delegados nacionais e internacionais presentes no Y20.
No dia seguinte, a CSB participou de mais um grupo de trabalho com o tema “Inovação no mundo do Trabalho”, composto por membros do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ) e entidades convidadas para o Y20, com objetivo de contribuir com ideias para o documento final da cúpula.
Em nome da CSB, foram encaminhadas às seguintes propostas:
1 – Reforçar as políticas públicas existentes, como os programas Jovem Aprendiz e Primeiro Emprego, atualizando os programas sempre de acordo com as novas tendências e tecnologias para que os jovens recebam formação adequada desde o primeiro contato com o mundo do trabalho.
2 – Criação de um comitê formado por entidades sindicais e governo para atuar na fiscalização do cumprimento dos programas de Jovem Aprendiz e Primeiro Emprego, incentivando o registro do compromisso das empresas com esses programas nos acordos e convenções coletivas.
3 – Que o governo invista em uma campanha de conscientização da importância do trabalho na construção do indivíduo e da sociedade, mais especificamente do trabalho digno, para que a sociedade como um todo reconheça a importância não apenas de se ter uma fonte de sustento, mas do direito básico e essencial de se viver com dignidade.
“Entendemos que esse aculturamento é necessário para que o trabalho digno seja o alvo das pessoas, evitando assim, que as empresas que utilizam os programas voltados aos jovens, para obter mão de obra barata e desviar o foco do programa, apenas utilizando a força de trabalho desses jovens e não devolvendo para eles a contrapartida que os programas preveem”, explica Padovezzi.
4 – Que Empresas Juniores, que visam a profissionalização e inserção dos jovens matriculados em cursos de nível superior em entidades de ensino, possam contar com trabalho remunerado para jovens de baixa renda matriculados nos programas, dando um caráter realmente inclusivo e ampliando o acesso aos postos de trabalho para os jovens de baixa renda, para que tenham condições de atuar nas EJs de suas universidades com maior segurança financeira e mental, garantindo a esses jovens a possibilidade de profissionalização especializada para o mundo do trabalho.
O quarto dia marcou o encerramento das sessões paralelas de uma semana intensa de debates sobre os desafios globais enfrentados pela juventude. Márcio Macêdo, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e coordenador do G20 Social, destacou a importância histórica da mobilização juvenil.
“Este é um momento histórico. As juventudes do Y20 estão contribuindo diretamente para o debate da Cúpula Social do G20, uma novidade trazida pela presidência brasileira. Queremos que a sociedade civil participe ativamente das decisões que impactarão milhões de pessoas em todo o mundo”.
Macêdo enfatizou ainda que a criação do G20 Social vai garantir que as vozes da juventude sejam incorporadas nas políticas globais.
Marcus Barão, chair do Y20, sublinhou a importância de se obter resultados práticos após as discussões.
“Nós não estamos aqui para fazer parte de um teatro político. O que queremos são soluções reais para os problemas que enfrentamos. Não podemos aceitar que as discussões permaneçam apenas no âmbito da retórica; precisamos de medidas concretas que façam a diferença na vida das pessoas”.
Na sexta-feira, houve o lançamento do comunicado final, que consolidou as propostas discutidas durante a semana. O documento será encaminhado à cúpula do G20 Social, e servirá como base para as deliberações das 20 maiores economias do mundo.