Durante apresentação do programa “Na polícia e nas ruas”, apresentado pelo jornalista Fred Linhares, na última segunda-feira (13) na rádio Atividade FM de Brasília, um espetáculo de desrespeito e desconhecimento com os professores da rede municipal de ensino de Valparaíso de Goiás foi transmitido para milhares de ouvintes da região. Usando termos como “desgracentos” e “miséria” para se referir aos professores do município que há meses lutam contra uma administração que se nega ao dialogo e o simples cumprimento da lei.
Os ataques surgem exatamente no momento em que um embate entre professores e a prefeitura da cidade ocorre, com os profissionais pedindo por, entre outras coisas, um reajuste data base de 15% para todos os servidores, piso salarial do magistério de 33,24%, auxilio alimentação para todos os servidores, vale transporte integral e uma gestão mais democrática com eleição para diretor. Além da adoção de concursos públicos para todas as área, contrato temporário para merendeiros e a revisão do plano de carreiras dos servidores na cidade, para preencher lacunas no ensino público da cidade que enfrenta uma séria crise.
É inacreditável que após inúmeros esforços durante mais de dois anos de pandemia, diante de uma estrutura sucateada e colocando em risco as próprias vidas, os professores de Valparaíso de Goiás tenham que lidar com ataques em rede de rádio por lutarem uma luta justa e que representa os interesses de toda sociedade.
“O fato é que Fred Linhares não conhece o chão de uma sala de aula. Não sabe a realidade de uma escola pública com salas lotadas sem condições de trabalho. Sem merendeiras suficientes, sem carteiras, sem porteiros e sem segurança. Exigimos respeito por parte desse senhor e uma retratação pública.” afirmou Jean Mourão, professor da rede pública de Valparaíso de Goiás
Como dizia Darcy Ribeiro: “A crise da educação no Brasil não é uma crise; é um projeto.” quando Fred Linhares ataca os profissionais da educação de Valparaíso, nada mais faz do que alimentar esse projeto que só traz fome, violência e crise econômica ao Brasil.
A Central dos Sindicatos Brasileiros se solidariza com a categoria e está à disposição para auxíliar no que for necessário.