Sindicatos filiados à Central em Goiás se uniram aos tanqueiros e bloquearam as portas de distribuidoras
O alto preço dos combustíveis nos postos de Goiás, o aumento do ICMS e o fim dos cartéis levaram os tanqueiros do estado a bloquear os portões de sete bases distribuidoras de combustível nas cidades de Goiânia e Senador Canedo, região metropolitana da capital. O ato, que começou no último dia 13 e se estendeu até 15 de novembro, gerou a redução dos valores nos estabelecimentos e o acionamento na Justiça de 274 postos.
Com o apoio direto da Seccional Goiás da CSB, o movimento só liberou a saída dos caminhões após acordo com o Ministério Público e o Programa de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon), que se prontificaram a fiscalizar os postos para que houvesse redução dos valores. A gasolina, que antes do movimento chegou próximo dos R$5, pode ser encontrada por R$ 4,18. O Procon-GO havia apontado um aumento de 120% no litro do combustível.
Por entender que o movimento, feito de forma pacífica, tinha um grande apelo social e os aumentos poderiam influenciar toda a comunidade, gerando um efeito cascata no aumento dos preços dos produtos e serviços, a Seccional Goiás da CSB resolveu fazer parte da vanguarda do movimento e ajudar tanto na organização, quanto na estrutura dos bloqueios.
“O movimento conseguiu despertar o interesse de vários setores da sociedade inconformados com o aumento abusivo dos combustíveis. Nós, como CSB, preocupados como o interesse maior da coletividade e da classe trabalhadora, resolvemos encampar esse apoio ao movimento. A CSB, através de dirigentes, se revezou no apoio ao movimento, participou diretamente das negociações e entendemos que foi muito importante para o trabalhador. A entidade além de fornecer um caminhão de som, ajudou com água e alimentação dos participantes”, falou o presidente da Seccional, Sandro Jadir.
O secretário de Formação Sindical, Paulo Cesar Gomes de Castro, é um dos dirigentes à frente da coordenação do movimento em uma das bases de distribuição. Ele ressaltou que a participação da Central deu organização ao movimento.
“ A CSB se uniu aos tanqueiros, e pela Central ter entrado na luta houve uma organização. O movimento era para fechar apenas uma distribuidora durante meio período, pois não havia tido uma organização prévia. Como mais pessoas foram aderindo, nós distribuímos para as outras bases. A participação da CSB ajudou muito na organização, os líderes do movimento nos escutaram quando falamos para não ter vandalismo”, falou o dirigente, que também é presidente do Sindicato dos Instrutores e Trabalhadores em Centro de Formação de Condutores do Estado de Goiás (Sinditego).
Para o diretor financeiro do Sindicato dos Empregados em Transportes de Combustíveis Derivados de Petróleo, Materiais Inflamáveis e Perigosos do Estado de Goiás (SINDTANQUES-GO), Juarez da Silva Bertier, o apoio da CSB teve peso na iniciativa. “O apoio foi ótimo, não tinha como a gente socorrer todas as bases, e eles responderam muito bem. Somos de outra central, mas dependendo do movimento a gente se junta para fazer o melhor pela população. Unimos as forças e só temos que agradecer à CSB”, disse o dirigente.
Segundo o movimento, participaram dos atos aproximadamente mil pessoas entre caminhoneiros e trabalhadores de outras categorias, que se revezavam. Nestes dias de bloqueio foram deixados de distribuir cerca de 25 milhões de combustível.
A repercussão e o resultado do movimento geraram respostas do poder legislativo em âmbito municipal com a criação de um projeto que estabelece normas para os postos de combustíveis e na esfera estadual, com a instauração da CPI dos combustíveis, que deve apurar a formação de quartéis e o aumento abusivo.