Contra as reformas trabalhista e da Previdência, CSB reúne 50 mil trabalhadores durante o 1º de Maio

Evento do Dia do Trabalhador aconteceu no Sambódromo, em São Paulo, e contou também com apresentações de artistas

Na luta contra as reformas trabalhista e da Previdência Social, o 1º de maio da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) reuniu milhares de trabalhadores e representantes de mais de 300 sindicatos no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. Segundo os controles de acesso do Anhembi, 50 mil pessoas passaram pelo evento durante toda esta segunda-feira – um excelente público já na primeira edição do 1º de Maio da CSB. A manutenção e ampliação dos direitos, a geração de empregos e o desenvolvimento econômico com justiça social foram os lemas da festa do Dia do Trabalhador.

Durante o evento, a Greve Geral do dia 28 de abril, os prejuízos iminentes do Projeto de Lei (PL) 6787, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287 e a importância da organização da classe trabalhadora pelo movimento sindical foram destacados pelas autoridades políticas, pelos juristas e sindicalistas presentes. De acordo com o presidente da CSB, Antonio Neto, além de ser um motivo de celebração, a data é uma oportunidade de plantar a semente de consciência política para fortalecer a mobilização classista.

“Essa Reforma Trabalhista vai acabar com os direitos históricos dos trabalhadores, com a Justiça do Trabalho e com o Ministério Público. Em síntese, vai gerar mais desemprego, mais miséria, mais fome, e ela não serve para o povo brasileiro. Grávidas terão de trabalhar com insalubridade. Já a Reforma da Previdência vai acabar com a aposentadoria, vai judiar das mulheres, vai judiar das crianças, do pobre, porque os ricos não precisam do INSS. Essa é a verdade; é isso que querem fazer, por isso essa festa. Juntos, unidos e organizados, vamos dar uma demonstração para esse governo que ele não pode, não deve e não vai tirar direito dos trabalhadores”, discursou Neto.

O deputado Roberto de Lucena (PV/SP) também ressaltou que “a culpa” do atual quadro econômico do País é “da corrupção, da má gestão”. Para o parlamentar, é preciso “virar a página da roubalheira no Brasil”. “A grande mensagem é a mensagem da esperança. Eu acredito que estamos fazendo a transição para um Brasil melhor. O que nós estamos vivendo hoje, com 14 milhões de desempregados, não é culpa de vocês, não é culpa dos trabalhadores”, reforçou Lucena, ratificado pelo procurador do Ministério Público do Trabalho, Francisco Gérson: “Companheiros, este 1º de maio é mais um dia de luta contra qualquer retrocesso. Sexta-feira foi dado um recado sobre o que é a reforma trabalhista e a previdenciária”.

Presente na festa, o secretário do Trabalho e Empreendedorismo do município de São Paulo, Eliseu Gabriel, relacionou a relevância da mobilização sindical ao exercício efetivo da democracia. Para Gabriel, “é muito importante que as centrais sindicais sejam fortes, que os sindicatos sejam fortes, porque a democracia depende muito de forças, e a força dos sindicatos e das centrais é fundamental” – posicionamento corroborado pela CSB, que vê o 1º de maio como uma marca da inquestionável capacidade de organização dos trabalhadores brasileiros.

“Como vocês puderam acompanhar durante esta semana, foi votada no Congresso a reforma que corta os direitos dos trabalhadores com a justificativa de que ela servirá para gerar empregos, mas o movimento sindical não permitirá este retrocesso. Nós queremos uma discussão mais ampla. E hoje é o dia de mostrar para os parlamentares que os trabalhadores unidos não deixarão as reformas passarem”, disse o vice-presidente da Central, José Avelino Pereira (Chinelo), ao lado do secretário-Geral da CSB, Alvaro Egea.

No palco, Egea conclamou o público a continuar a mobilização iniciada na Greve Geral. “No dia 28 de abril, São Paulo e o Brasil deram seu recado. Nós, trabalhadores, não aceitamos essa retirada de direitos, que veio para restabelecer a escravidão dos trabalhadores, para retirar o direito à aposentadoria. Se não escutarem os trabalhadores, nós vamos ter de ir para Brasília e fazer outra Greve Geral para que possamos ser ouvidos e para que essa escravidão não predomine”, concluiu o dirigente.

Shows

Além do ato político, shows das duplas Bruno e Marrone, Zezé Di Camargo e Luciano, Maiara e Maraísa, Thaeme e Thiago, Jads e Jadson, João Bosco e Vinícius, Simone e Simaria e dos sertanejos Michel Teló e Lucas Lucco também agitaram a festa da CSB, que ainda contou com a presença de caravanas de todo o estado de São Paulo.

Veja abaixo declarações de outros sindicalistas que discursaram no evento:

Cosme Nogueira, secretário de Formação Sindical

“Nós queremos geração de empregos para vocês que são jovens, respeito para os aposentados, saúde com dignidade, educação com qualidade, salários dignos para os servidores públicos”.

Itamar Kunert, secretário de Organização e Mobilização

“Meu povo de São Paulo, meu povo do Brasil, você fazem a nossa alegria. Nós precisamos desse País e só nós podemos mudá-lo. Não à reforma trabalhista e previdenciária. Assim nós vamos trabalhar daqui para frente lá no Congresso”.

Juvenal Pedro Cim, secretário de Finanças

“Companheiros e companheiras, o 1º de maio nasceu como símbolo de luta e reivindicação em Chicago. Há 131 anos, os trabalhadores lutaram pela redução da jornada de trabalho. Esta data é uma representação de lutas. Essa proposta do governo apenas reduz os direitos dos trabalhadores. Nós temos que lutar pelos nossos direitos e pela defesa do trabalhador por meio do sindicato”.

Antonieta de Faria, secretária da Mulher Trabalhadora

“Nós queremos preservar os nossos direitos. Essas reformas foram feitas por alguém que é filho de chocadeira. Os trabalhadores são o principal alvo destas reformas machistas que atacam as mulheres e ferem os nossos direitos”.

Maria Bárbara da Costa, secretária de Saúde

“Ontem foi o Dia Nacional da Mulher Brasileira. A CSB quer isso: desenvolvimento, emprego e justifica social. Nós, os próprios trabalhadores, sindicalistas, não podemos aceitar essas reformas. Tudo que está aí é só retrocesso, e não queremos nenhum direito a menos. A corda estourou para o lado mais fraco. O povo tem a força e precisa decidir, nós não precisamos mais de reforma aqui”.

Pedro Petrere, 1º secretário dos Profissionais Liberais

“Todos nós podemos reagir contra a reforma da Previdência. Basta a gente se unir conscientizar os nossos vizinhos, os nossos familiares desse crime que são as propostas das reformas trabalhista e da Previdência. Temos que lutar juntos contra esses desmandos do governo. Mobilizem-se”.

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