Alguns títulos estão prontos desde a última gestão do Poder Executivo do País e ainda não chegaram às mãos dos profissionais
Para debater a urgência da reforma agrária no Brasil, a 1ª secretária do Meio Ambiente da CSB, Maria Lucinete Nicácio, foi a representante do estado do Amazonas na reunião da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) no mês de abril. O tema foi discutido entre as entidades de organização dos trabalhadores rurais ao longo de três dias em Brasília.
Durante o encontro, o fortalecimento da mobilização da categoria em prol de uma justa distribuição de terra entre os agricultores familiares foi o principal assunto em discussão. No caso dos profissionais amazonenses, a entrega de títulos definitivos de terra é a reivindicação mais premente. Segundo a dirigente, há títulos prontos desde a última gestão do governo federal que não foram entregues aos pequenos proprietários.
“Na reunião da CONTAG, a distribuição de terra foi o tema mais debatido, além do crédito subsidiário, que é uma proposta que sempre esteve na base do governo para facilitar a compra de terra pelo pequeno agricultor. Mas nós, do Amazonas, não precisamos de dinheiro para comprar terra, a gente já tem terra. Então, apesar de respeitarmos a necessidade dos demais estados, colocamos em pauta que precisamos da legalização dessas terras”, destaca Maria Lucinete.
O procurador Carlos Gondin, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), também participou do encontro e prestou esclarecimentos sobre o envolvimento político no contato com a base dos trabalhadores rurais por parte do Incra – reclamação latente dos representantes dos profissionais. Para as entidades, os interesses puramente políticos dificultam a luta pela reforma agrária no País, iniciada nas décadas de 1960 e 1970.
De acordo com a 1ª secretária do Meio Ambiente da CSB, a reforma junto ao acesso à educação, Previdência Social, saúde, moradia e segurança é um debate que os sindicatos e as centrais levam ao governo todos os anos. “Não importa se é ano de eleição ou não, sempre discutimos como estão os estados e o que queremos do governo federal com relação aos trabalhadores do campo”, finaliza.