Taxa média de desemprego sobe em 2017 e é a maior desde 2012, diz IBGE

A taxa média de desemprego anual no Brasil subiu de 11,5% em 2016 para 12,7% em 2017, a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No pico de 2017, a taxa chegou a 13,7%, no primeiro trimestre.

De 2014, quando a taxa de desocupação atingiu o menor patamar (6,8%), para 2017, são quase 6,5 milhões de desempregados a mais, um aumento de 96,2%. Hoje, o país tem 13,2 milhões de pessoas sem emprego.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31) e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua.

Informalidade

Uma proporção significativa dos empregos perdidos desde 2014 tinha carteira assinada, segundo o IBGE.

“Em três anos, perdemos 3,3 milhões de postos de trabalho com carteira”, Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE

Desses 3,3 milhões de vagas formais, quase um milhão fechou de 2016 para 2017.

Por outro lado, a informalidade subiu. Em 2017, o número de trabalhadores sem carteira assinada cresceu 5,5% na comparação com o ano anterior. São 560 mil trabalhadores a mais.

Já o número de trabalhadores por conta própria cresceu 0,7% no último ano, um total de 159 mil pessoas.

Venda de comida é ‘válvula de escape’

Setores importantes da economia, a agricultura, a indústria e a construção foram os que mais perderam postos de trabalho. “Nesses 3 anos, a queda na agricultura foi de 10,4%, na indústria, de 11,5%, e na construção, de 12,3%”, afirma Azeredo.

Uma parte dessa perda foi compensada pela abertura de vagas em setores mais ligados à informalidade, como comércio e alimentação.

De fato, de 2014 para 2017 houve aumento de 0,5% no número de trabalhadores no comércio. No ramo de serviços de alojamento e alimentação a alta foi bem maior, de 21,4%.

Esse bom desempenho ocorreu, de acordo com o IBGE, porque, durante períodos de crise, os serviços de alimentação funcionam como uma espécie de válvula de escape.

“Você pode ficar sem comprar, sem viajar, sem reformar a casa, mas sempre terá que se alimentar. Por isso, quando as pessoas ficam sem emprego, migram para esse setor, pois é nele que se abrem oportunidades” Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE

Desemprego caiu no 4º trimestre

Apesar da taxa média recorde no ano, o desemprego caiu quando se considera apenas o quarto trimestre.

Nos últimos três meses do ano, a taxa foi de 11,8%, em média, o que representa queda em relação ao terceiro trimestre (12,4%) e na comparação com o quarto trimestre de 2016 (12%). Nesse último caso, o IBGE considera que houve estabilidade.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,3 milhões) ficou estável em relação ao terceiro trimestre e recuou 2% (menos 685 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2016.

O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (11,1 milhões de pessoas) apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior e subiu 5,7% (mais 598 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre de 2016.

Trabalho por conta própria

A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,2 milhões de pessoas) cresceu 1,3% na comparação com o trimestre anterior (mais 288 mil pessoas). Em relação ao mesmo período de 2016, houve alta de 4,8% (mais 1,1 milhão de pessoas).

Emprego doméstico

O número de trabalhadores domésticos (6,4 milhões de pessoas) cresceu 3,1% do terceiro para o quatro trimestre de 017. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 4,3%, ou seja, mais 262 mil pessoas.

População ocupada

O número de pessoas com trabalho foi de 92,1 milhões nos últimos três meses do ano, aumento de 0,9% em relação aos três meses anteriores, ou 811 mil pessoas a mais. Em um ano, o total de trabalhadores subiu 2%.

Rendimento

O rendimento real (já descontada a inflação) do trabalhador ficou, em média, em R$ 2.154. Segundo o IBGE, o valor teve estabilidade em relação ao trimestre anterior, de junho a agosto (R$ 2.122). No mesmo período de 2016, o rendimento real foi de R$ 2.120.

Metodologia da pesquisa

Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. São pesquisadas 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios.

O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Fonte: UOL

Compartilhe:

Leia mais
Lula critica fala de campos neto
Lula critica fala de Campos Neto sobre aumento de salários ser uma "preocupação"
Manifestação contra juros altos 30 de julho
Centrais sindicais farão ato contra juros altos: cada 1% na Selic custa R$ 38 bi ao povo
eduardo leite nova proposta servidores
Governo do RS adia projetos de reestruturação de carreiras de servidores e anuncia mudanças
Grupo de Trabalho estudará impactos da inteligência artificial
Governo cria grupo para estudar impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho
GT do G20 sobre emprego em Fortaleza
CSB em reunião do G20: temas discutidos aqui são colocados em prática pelos sindicatos
adolescentes trabalho escravo colheita batatas cerquilho sp
SP: Operação resgata 13 adolescentes de trabalho escravo em colheita de batatas
sindicam-ba filia-se csb
Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Bahia filia-se à CSB
Parceria Brasil-EUA contra calor extremo trabalhadores
Parceria Brasil-EUA pelos Trabalhadores e OIT debatem ação contra calor extremo
BNDES abre concurso 2024 veja edital
BNDES abre concurso com 150 vagas e salário inicial de R$ 20 mil; acesse edital
pesquisa jornada flexivel trabalho híbrido
Flexibilidade de jornada é prioridade para 30% dos trabalhadores no Brasil