Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmitinho (RS) comemora 50 anos de muitas lutas

Homenagens, shows e uma missão de ação de graça foram realizados para celebras as cinco décadas da entidade

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmitinho, município a 443 km de distância de Porto Alegre (RS), comemorou, no último sábado (5), meio século de existência e muita luta.

As comemorações foram divididas em duas etapas, a primeira com homenagens aos fundadores em sessão solene na Câmara dos Vereadores, que aconteceu no último dia 20 de abril, e a segunda em uma grande festividade com almoço, shows, congratulações e uma missa de ação de graças aos agricultores, que aconteceu no domingo (6), na comunidade de Linha Boa Vista Palmitinho.

Segundo o presidente da entidade, Deonir Sarmento, a trajetória do Sindicato pode ser dividida em várias partes, mas sempre com muito trabalho e luta, visando a melhor condição social e econômica dos trabalhadores.

“A primeira fase, da fundação, foi para prestar uma assistência ao trabalhador rural na área de saúde, pois na época não existia qualquer assistência. No segundo momento foi o de organizar os produtores rurais para viabilizar outras bandeiras de luta, como a criação de preços mínimo para os produtos, a liberdade de expressão dos associados, o reconhecimento das entidades sindicais como ferramenta de luta para viabilizar políticas públicas, assim como conquista de aposentadoria para o homem agricultor aos 70 anos”, disse o presidente do Sindicato, enfatizando outros momentos representativos.

“Um outro momento que destacamos foi na década de 80, a luta foi por uma previdência social que reconhecesse os trabalhadores rurais como merecedores de uma aposentadoria de um salário mínimo aos 60 anos para os homens e 55 para as mulheres, que até então a mulher não era vista como trabalhadora rural.  Mais um momento importante foi na década de 90, com a necessidade dos créditos, políticas públicas capazes de viabilizar a atividade do agricultor no campo, sendo que neste período destacamos a criação do PRONAF como grande política pública de crédito para o pequeno agricultor”, contou Sarmento.

Segundo o dirigente, no início do ano 2000, a conquista do Programa Banco da Terra foi mais uma vitória.

“Por fim, tivemos o reconhecimento por parte do governo da agricultura familiar, e demais conquistas nos últimos anos podemos destacar as questões ambientais, como a aprovação do novo código florestal, garantias de preços e outras”, completou.

Em tempos de dificuldades e enfrentamento para o movimento sindical, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmitinho acredita que as entidades precisam focar na defesa do trabalhador.

“No momento complicado que passa todo o cenário nacional, de turbulências e incertezas, o movimento sindical precisa ter uma só certeza que é representar os anseios de seus associados [e da base], procurando ter ética acima de tudo, e não ter tendências políticas partidárias no movimento sindical, pois com a pluralidade de partidos e todos os corruptos e corrompidos, não podemos empunhar nem uma bandeira de A ou B, sabendo que quem está pagando a conta é nosso povo trabalhador”, explicou Sarmento

Sarmento ainda revelou uma “fórmula” para que os sindicatos sobrevivam por mais de 50 anos.

“O sindicato de Palmitinho consegue sobreviver, buscando inovar, prestar um rol de serviços completos para o nosso associado, sendo um propagador de algumas políticas públicas e ator em algumas ações que visam à valorização do produto produzido e transformado pelos nossos agricultores”, finalizou o presidente, que representa mais de 940 famílias no meio rural.

Fotos: Grupochiru.com

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