Central dos Sindicatos Brasileiros

CSB participa da IX Jornada Nacional de Debates do Dieese

CSB participa da IX Jornada Nacional de Debates do Dieese

Entidades debateram os principais desafios das negociações salariais para 2014

O Dieese, com a participação das centrais sindicais, promoveu a IX Jornada Nacional de Debates.  A atividade acontece em todas as capitais, entre abril e maio, e é exclusiva para dirigentes sindicais. O tema deste ano é “Desafios e perspectivas das negociações em 2014”. Em São Paulo, o evento aconteceu nesta quinta-feira, dia 24, e as discussões ficaram em torno da responsabilidade social do movimento sindical, aumento salarial, políticas públicas que defendam o direito dos trabalhadores e a importância do uso da internet como ferramenta de disseminação de informações sindicais.

O debate foi mediado pelo coordenador de atendimento técnico sindical do Dieese, Airton Santos, que apresentou o balanço das negociações dos reajustes salariais de 2013. O documento apresentou a análise de 671 negociações coletivas realizadas. O relatório apontou que em 87% dos acordos houve aumento real de 1,52%, e que esse acréscimo salarial fez a economia brasileira crescer 63%. “O principal ingrediente da economia brasileira é o consumo das famílias, por isso é tão importante aumento salarial. Sem isso a engrenagem que faz o dinheiro circular no País para de funcionar”, disse Santos. No ano passado, 85% das categorias conquistaram reajustes salariais, e a expectativa do Dieese é que em 2014 esse número chega a 89%.IMGP2784

Para o assessor da CSB José Carlos Quintino, as centrais sindicais precisam lutar por aumentos salariais que sejam acima da inflação para que o trabalhador não reponha apenas a perda, mas garanta uma melhor qualidade de vida e familiar. “O salário mínimo ideal, para que o trabalhador viva, e não “sobreviva”, seria de R$ 2.100. Um trabalhador que recebe um salário digno come melhor, estuda mais e produz mais. A população ganha e o Brasil ganha”, afirma.

A modernização das relações de trabalho também foi debatida pelas centrais sindicais. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi criada há mais de 70 anos, e nesse período o mundo passou por inúmeras transformações tecnológicas que permitiram que as relações de trabalho fossem alteradas. “O home office é uma realidade de muitos brasileiros, e esse trabalhador que está em casa muitas vezes não tem seus direitos respeitados. Também existem os profissionais que não precisam estar todos os dias dentro da empresa e acabam virando prestadores de serviços, e, assim, perdem todos os seus direitos. Essas novas formas de trabalho precisam estar inseridas e contempladas pela CLT. Essa luta também é nossa”, disse Quintino.

Conscientização do trabalhador

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Outros pontos debatidos na jornada foram a conscientização do trabalhador sobre os seus direitos e a mobilização sindical das categorias. As centrais sindicais apontaram a necessidade de as escolas ensinarem os direitos trabalhistas. “Hoje, existe uma grande dificuldade de encontrar jovens politizados e que se dediquem às lutas dos trabalhadores. A revolução acontece por meio da educação. Além disso, precisamos que a mídia seja mais democrática e dê voz aos sindicatos”, avalia o assessor da CSB.

Foram realizados debates simultaneamente em 18 capitais onde o Dieese tem escritório regional. Nas demais, o evento acontecerá entre 6 e 16 de maio. A CSB participará das discussões em todo o Brasil com os dirigentes regionais da entidade. Entre as próximas atividades já agendadas pelo Dieese está o ato nacional em memória das vítimas de acidentes de trabalho, que será no dia 28 de abril.