CSB organiza I Encontro da Mulher Trabalhadora

Evento da Central visa fortalecer e ampliar a participação feminina dentro do movimento sindical

No segundo dia do Encontro das Integrantes da Executiva e Direção Nacional da CSB, as dirigentes da Central deram início à organização do I Encontro da Mulher Trabalhadora.  O evento irá debater  os direitos da mulher no mercado de trabalho e a busca pela igualdade de gênero.

O objetivo da CSB é levar a pauta das mulheres à presidenta Dilma Rousseff, cobrando medidas que reduzam a desigualdade e as dificuldades no mercado de trabalho. Além disso, a Central busca ampliar a participação feminina da organização sindical e a filiação de sindicatos dirigidos por mulheres, além de envolver as dirigentes na batalha por direitos iguais entre homens e mulheres e combater a discriminação no mercado de trabalho.

A data e o local do I Encontro da Mulher Trabalhadora serão definidos pela comissão organizadora do evento e divulgados pela Central. O comitê organizador é composto pelas seguintes dirigentes: Diany Dias, vice-presidente da CSB e presidente do Sindicato Estadual dos Servidores Públicos do Sistema Agrícola Agrário e Pecuário do Estado de Mato Grosso (SINTAP/MT), Rita de Nazaré Melo Dias, diretora para assuntos da mulher, do idoso, da juventude, de gênero e igualdade racial e presidente do Sindicato dos Contabilistas do Amazonas,  Jordana Araújo do Sindicato dos Metalúrgicos de Itatiba e Região, Ingrid Nery CSB – Rio de Janeiro, Silvana Cim  – Paraná, Beatriz Elias da Silva, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santa Maria Jetiba/ES (Sindijetiba), Antonieta de Faria (Tieta), secretária nacional dos trabalhadores em institutos de previdência públicos da CSB e diretora do Sindicato dos Servidores do IPSEMG (SISIPSEMG), Maria Abadia, presidente SISIPSEMG, Eliane Geber, presidente do Sindicato dos Assistentes Sociais do Rio Grande do Sul, e  Maria Lucinete Nicacio de Lima (Lucia), presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Careiro, Manaus e Iranduba.

De acordo com Diany Dias, a questão central do encontro é o direito da mulher no mercado de trabalho. “O estado e suas políticas públicas refletem valores e comportamentos da sociedade, por isso as políticas precisam ser diversificadas e amplas, de modo a atender a todos que compõem a sociedade. Um fato que observamos é que mesmo com as mulheres conquistando cada vez mais espaço de trabalho, elas continuam sendo tratadas com certa inferioridade com relação aos homens. Os salários são menores, e as dificuldades são imensas. Esse encontro será fundamental para debatermos as necessidades atuais das trabalhadoras e também para definirmos as bandeiras de lutas da CSB com relação às mulheres”, afirmou.

Segundo Rita de Nazaré Melo Dias, o encontro nacional também terá nos eixos de debate a democratização às mulheres em todos as áreas, como o acesso às políticas públicas no campo e na cidade; a reforma do sistema político e ampliação dos espaços à participação feminina; democratização da mídia, que se utiliza maciçamente a exposição do corpo feminino para venda de produtos e serviços, e reforça o machismo na sociedade.

“Apesar dos avanços nas políticas públicas para mulheres, como o enfrentamento à violência doméstica, no mundo do trabalho nada mudou na última década. Aumentou o acesso das mulheres ao ensino superior, mas continuamos recebendo salário até 70% menor que os homens, mesmo com melhor qualificação e para a mesma tarefa. Muitas vezes a remuneração do homem chega ser mais que o dobro da mulher que desempenha a mesma função. É preciso que haja uma lei federal que obrigue a igualdade de gênero nos salários em todas as profissões. Além disso, as empresas muitas vezes deixam de contratar uma profissional não pela capacidade de trabalho dela, mas, sim, pelo seu gênero”, pontua a sindicalista.

Objetivos

O I Encontro da Mulher Trabalhadora da CSB irá ajudar o Brasil construir e formar políticas públicas de gênero, explica Beatriz Elias da Silva. “As mulheres sindicalistas precisam estar unidas nesta luta e se fazerem presentes nos conselhos das mulheres em suas cidades e estados. Também temos que estar atentos em quem elegemos, porque quem vai formular políticas voltadas para equiparação de gênero serão as mulheres na política”, disse .

Na reunião das dirigentes, também foram discutidos temas como a igualdade de oportunidades e o combate ao assédio moral e à violência contra a mulher. Para Tieta, este tipo de debate é fundamental para que haja a construção de uma sociedade mais igualitária. “As mulheres ainda são muito discriminadas profissionalmente. E quando pensamos em serviço público, a situação fica um pouco mais delicada. O assédio moral fica mais latente, já que no serviço público não há controle e nem punições para quem pratica. Além disso, o assédio contra a mulher normalmente começa como sexual, e quando há a negativa dela, passa para moral”, disse.

Maria Lucinete Nicacio de Lima (Lucia) reforçou a importância de se debater no Encontro da Mulher o reconhecimento da trabalhadora rural como profissão, o direito à propriedade pela mulher, a importância da agricultura familiar e a conscientização e preservação do meio ambiente. “É importante que a Central também pense na importância da economia sustentável, atendendo às necessidades dos que vivem no campo sem agredir o meio ambiente, pois atualmente muitas mulheres tiram seu sustento da agricultura, e isso reflete na qualidade de vida da trabalhadora rural”. Lucia também alertou para que os trabalhadores rurais não sejam apontados como vilões do meio ambiente. “A preservação e as formas como são usados os recursos naturais são uma responsabilidade de todos, do campo e da cidade”, advertiu.

Veja a galeria do segundo dia do Encontro das Integrantes da Executiva e Direção Nacional da CSB.

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