Dirigentes começaram ciclo de debates e discussões sobre o cenário político e econômico do Brasil
Aconteceu na noite desta terça-feira (16), na capital fluminense, a abertura do Congresso Estadual da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) da Seccional Rio de Janeiro. Sob a bandeira dos ideais progressistas na luta pelos direitos dos trabalhadores, pelo desenvolvimento econômico e social, o evento reúne entidades e delegados sindicais de todo o estado, que discutirão até a próxima sexta-feira (19), entre outros assuntos, as reformas trabalhista e da Previdência, além da consolidação da diretoria regional.
Na abertura solene do evento, autoridades e dirigentes falaram sobre a atual conjuntura brasileira e destacaram a importância da formação política e da mobilização das entidades sindicais contra o retrocesso dos direitos dos trabalhadores. O ex-ministro Ciro Gomes participou da abertura falando sobre a política de desenvolvimento nacional (leia aqui) .
O presidente da CSB, Antonio Neto, conclamou os dirigentes a se mobilizarem contra projetos que retiram conquistas históricas dos brasileiros.
“Dia 28 de abril fizemos uma linda paralisação, mas parece que não foi suficiente, eles querem aprovar a toque de caixa, sem nenhum debate, estas reformas que são prejudiciais aos trabalhadores. No dia 24 [de maio], vamos fazer outra mobilização, o “Ocupa Brasília”, para mostrar que somos contra esses projetos. Sabemos que na porta do Senado está uma barricada, não vamos conseguir chegar lá, mas vamos fazer muito barulho. Se for preciso, vamos acampar na porta dos senadores”, declarou Neto, ressaltando o compromisso da Central na qualificação dos dirigentes.
“Estou feliz em ver nosso congresso; nosso compromisso é qualificar para o enfrentamento. Teremos palestras importantes que ajudarão a organizar e preparar a população, pois temos esta responsabilidade. Vamos fazer a diferença, pode até demorar, mas a paciência é a arma do revolucionário”, finalizou o presidente da Central.
A presidente da Seccional do Rio de Janeiro e secretária de Saúde da CSB, Maria Bárbara da Costa, ressaltou como o atual cenário é ideal para conscientizar as pessoas.
“O momento é difícil, eu achei que nunca veria isto. Estamos vivendo em uma ditadura velada, com retirada de direitos que foram conquistados há anos, e ainda querem falar que isso é bom. Precisamos conscientizar quem está à nossa volta, vamos levar o povo para a rua, pois a voz do povo é, sim, a voz de Deus. Se não fizermos isso, seremos engolidos. O trabalhador precisa saber o que está acontecendo e nós precisamos dele, assim como eles precisam da presença do sindicato. E nós, como dirigentes, precisamos fazer mais e ir à luta”, falou.
O lema da CSB, “Sindicatos fortes, Brasil mais justo”, foi lembrado pela vice-presidente da Central Lygia Sampaio, que pregou a união dos sindicatos. “O trabalhador precisa do sindicato, não vão conseguir acabar com eles. Precisamos nos unir, precisamos ajudar aquele sindicato menor. Se não defendermos nossos parceiros, quem fará isso?”, questionou a dirigente, que também é presidente do Sindicato dos Contabilistas do Município do Rio de Janeiro (SINDICONT-Rio).
O vice-presidente da CSB Antonio Jorge Gomes lembrou a importância do presidente de honra da entidade, Luiz Sergio da Rosa Lopes, falecido em novembro do ano passado, para a criação da regional no Rio de Janeiro.
“As palavras do discurso da companheira Bárbara foram razões e emoções, e realmente não podemos esquecer o nosso grande exemplo, Luiz Sérgio. Parabenizo também as mulheres por participarem deste movimento”, declarou.
Secretário dos Trabalhadores Autônomos da CSB, Antonio Fernandes da Silva acredita ser injusta a posição do governo em relação às reformas. “A situação está difícil, mas como trabalhador não posso ser a favor do que está acontecendo. Precisamos de ajustes, mas precisa ser tudo em cima do trabalhador? Por que não acabamos com as mordomias destes políticos?” questionou.
O presidente do Sindicato dos Empregados de Edifícios de Niterói (Seen), José Juvino da Silva Filho, refirmou a importância do congresso da CSB para enfrentar o momento complicado, em especial a reforma trabalhista.
“Se esta reforma trabalhista for aprovada, nem precisamos mais debater a Reforma da Previdência, pois não haverá mais emprego, ainda mais se somarmos a terceirização. Esse congresso é muito importante, nele vamos tirar condições para enfrentar este momento. Tudo que foi construído vem do nosso trabalho e não pode ser tratado desta forma”, disse.
Unidade Sindical
Convidado para compor a mesa de abertura, Ronaldo Leite, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), defendeu a unidade das centrais sindicais.
“As reformas são duros ataques que nossa classe trabalhadora vem sofrendo. Precisamos da unidade das entidades sindicais, para que a gente consiga lutar contra a batalha que temos pela frente. A unidade está sendo construída, e esta unidade é que não permitirá a retirada dos direitos. A partir de eventos como este, vamos construir nossa resistência”, falou Leite, que ainda citou a greve geral organizada pelas centrais e a marcha de Brasília no dia 24 de maio.