Central dos Sindicatos Brasileiros

Comissão Geral debaterá lei da regulamentação da prestação de serviços especializados

Comissão Geral debaterá lei da regulamentação da prestação de serviços especializados

Após ação da CSB junto aos deputados, relator Arthur Maia já retira temas perigosos como a possibilidade da contratação de PJs, cooperativas e a reforma sindical proposta

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, comunicou nesta quarta-feira a criação de uma comissão geral para discutir a melhor saída para a votação do projeto que regulamenta a prestação de serviço especializado (PL 4330/04). A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (4) após reunião com sindicalistas e parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Até a realização da comissão geral, ficará suspenso o requerimento de urgência e a proposta não será avocada para votação em Plenário. “Até lá, o projeto de lei ficará parado na CCJ para tentar um último entendimento. Se não se chegar a um consenso, pelo menos que tenham respeito à posição divergente”, disse Henrique Alves.

Mais cedo, o presidente da CCJ, deputado Décio Lima (PT -SC), havia informado que os líderes apresentariam na próxima terça-feira (10) requerimento de urgência para que a matéria fosse direto para o Plenário.

Lima e o relator da matéria na CCJ, deputado Arthur Oliveira Maia (PMDB-BA), serão os responsáveis pela organização da sessão, que será realizada no dia 18 de setembro. A expectativa é colher subsídios antes da decisão: se o projeto continua na CCJ ou se segue para Plenário.

Temas Polêmicos

Nesta terça e quarta-feira, dirigentes da CSB estiveram em Brasília realizando reuniões com os deputados que integram a Comissão de Constituição e Justiça e com as lideranças partidárias para debater os temas polêmicos do projeto.

Três dos cinco pontos polêmicos que a Central era contra já foram retirados do projeto. O primeiro deles era o artigo 10, que previa uma reforma sindical e pretendia acabar com a organização das categorias diferenciadas, a permissão para a contratação de cooperativas de mão de obra (muito utilizadas para burlar as leis trabalhistas) e a liberação para a contratação de PJs, outro instrumento muito utilizado por empresas para precarizar a relação entre o capital e o trabalho.

Outros dois pontos ainda serão tema de discussão, um deles que isenta a Administração Direta (União, estados e municípios) do cumprimento da lei e o ponto que trata da terceirização na atividade-fim.

“O governo é quem mais causa problemas para os trabalhadores. É inaceitável que a Administração Direta esteja isenta. Nós somos contra a terceirização dos serviços públicos, mas não podemos fechar os olhos para a realidade. Temos que criar, cada vez mais, punições severas para que o Estado faça os concursos públicos para prestar os serviços para o povo”, disse o presidente Antonio Neto.

“Nós sempre apontamos os problemas que a lei poderia causar. Mas estão confundindo prestação de serviços especializados, que geralmente aumenta a remuneração do trabalhador, com intermediação de mão de obra, que nós somos contra e é ruim. Precisamos discutir o tema com responsabilidade e conhecimento do assunto. Estava claro que por trás da cortina existia uma pressão para fazer uma reforma sindical”, completou.

Publicação

Nesta quarta-feira, a CSB publicou um anúncio no jornal Correio Braziliense para alertar os parlamentares sobre as armadilhas debatidas no Congresso.

CSB, Sindeepres e Sindpd divulgam nota pública sobre o PL 4330

Carta foi publicada no jornal Correio Braziliense em 4 de setembro 

Na edição de hoje ‑ 4 de setembro ‑ do jornal Correio Braziliense, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), o Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra, Trabalho Temporário, Leitura de Medidores e Entrega de Avisos do Estado de São Paulo (Sindeepres) e o Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd) divulgaram uma nota pública sobre o PL 4330, que tenta regulamentar o trabalho terceirizado.

As entidades afirmam que o projeto é uma ameaça para a relação de emprego, além de promover a precarização do trabalho.

Leia a íntegra da nota:

Grave Ameaça 

Para cerca de 12 milhões de trabalhadores, regularmente registrados em milhares de pequenas e médias empresas prestadoras de serviços, a tramitação do Projeto de Lei nº 4.330/2004, cujo relator é o Deputado Arthur Maia, traz grave ameaça. 

Nos termos em que se acha redigido, após pressão do governo e de um segmento do sindicalismo, o projeto, cuja votação poderá ocorrer na Comissão de Constituição e Justiça, no dia 4 de setembro, somente lhes causará prejuízos, pondo em risco a relação de emprego. 

As entidades sindicais signatárias alertam os ilustres integrantes da Câmara dos Deputados para que não se deixem iludir por projeto cuja tramitação interessa, unicamente, a pequeno grupo de maus empresários, que querem legalizar a precarização do trabalho, e dirigentes interessados unicamente em ampliar sua base de arrecadação. 

Somos contrários à proposta de excluir a Administração Direta da União, Estados e Municípios da lei; contra a permissão para a contratação de cooperativas de mão de obra, e defendemos a exclusão do Artigo 10º do Projeto, que é inconstitucional por ferir a estrutura sindical de representação. 

Brasília, 30 de agosto de 2013. 

Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) – em nome de suas 26 Federações e mais de 450 sindicatos filiados

Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros, Colocação e Administração de Mão de Obra, Trabalho Temporário, Leitura de Medidores e Entrega de Avisos do Estado de São Paulo (Sindeepres)

Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo (Sindpd)