A decisão do Senado Federal de chancelar a criminosa reforma trabalhista aprovada na Câmara dos Deputados, sob coordenação do governo federal, aumenta a responsabilidade do movimento sindical e dos trabalhadores de ampliar a mobilização para reverter o quadro danoso que ocorrerá com a aplicação das mudanças.
A luta contra a elite retrógrada, que pretende aumentar os seus lucros através da exploração e do empobrecimento dos trabalhadores não chegou ao fim, apenas está começando. Nossas principais tarefas, no curto e médio prazo, estão na realização de atos e manifestações, na conscientização ainda maior de nossas bases sobre seus efeitos deletérios e na articulação dos setores progressistas do Parlamento para derrubar pontos deste retrocesso.
Na prática, o desmonte da CLT acaba com direitos históricos consolidados e garantidos pela nossa Carta Magna ao excluir das mãos de muitos trabalhadores o direito de ter a carteira assinada, de receber o 13º salário e fundo de garantia, além de eliminar o caráter coletivo da negociação dos direitos, enfraquecendo a representação da classe trabalhadora, que ficará refém dos interesses dos maus empresários ao estabelecer uma relação individual entre patrão e empregado.
Além de todos estes crimes, após a aprovação da reforma, ficou exposta a manobra engendrada pelo governo e por setores do Congresso para impedir que a proposta fosse alterada pelo Senado e, consequentemente, retornasse à Câmara. Tal artimanha propunha o veto a trechos críticos do projeto e a edição de uma Medida Provisória para tratar destes pontos. Entretanto, esse compromisso se mostra falso com as recentes declarações dos presidentes das duas Casas Legislativas, que se mostraram contrários a debater e votar a MP.
Diante desta afronta aos direitos do povo, a CSB segue alerta e conclama a todos os brasileiros a se manterem firmes contra a reforma. A aprovação do projeto em nada deve esmorecer a luta para que os direitos trabalhistas permaneçam preservados. Juntos, reagiremos a toda e qualquer investida de quem quer que seja contra as conquistas.
Certamente, o povo brasileiro dará uma resposta justa a quem participou deste crime. Para muitos, o caminho mais próximo para o cumprimento da pena está na perda do foro privilegiado.
Vamos à luta.
Central dos Sindicatos Brasileiros