Valor é o dobro do que governo anunciou que economizaria com a reforma da Previdência e representa uma ameaça à soberania nacional
Em meio às artimanhas do governo para a votação da reforma da Previdência, deputados finalizaram a aprovação, na madrugada desta quarta-feira (6), da Medida Provisória (MP) 795/2017, que dá R$ 1 trilhão às multinacionais do petróleo, em forma de isenção fiscal, nos próximos 22 anos, a partir de 2018. O texto-base já havia sido aprovado pela Casa no dia 29 de novembro.
Este valor é quase o dobro do que o atual governo anunciou que economizaria – R$ 630 bilhões – com a aprovação do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, da reforma da Previdência, que dificulta o acesso dos mais pobres ao benefício e prejudica o sistema previdenciário público no País.
Vendida como avanço, geração de emprego e aquecimento da economia, a MP do Trilhão, como é conhecida, isenta o Imposto de Importação, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o PIS/PASEP-Importação e a Confins- Importaçãodas empresas do setor. A proposta, que também beneficia empresas que participam do leilão do Pré-sal, segue agora para votação no Senado Federal.
Em um vídeo divulgado em seu Facebook, o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio Neto, repudiou a MP, que trará prejuízos ao povo brasileiro.
“A medida vem para incentivar essas empresas a importarem tudo, não produzirem nada aqui no Brasil e para gerar mais desemprego. Essa Lei prejudica todos, os empresários nacionais, os trabalhadores do setor de petróleo e gás, e acima de tudo prejudica toda nossa economia. Isso é um crime contra nossa soberania, conta nossa economia e contra o nosso povo”, criticou Neto.
Com a MP, o Brasil está abrindo mão da arrecadação de impostos importantes para o investimento em áreas sensíveis para o desenvolvimento do País, além de ameaçar a soberania nacional, tudo em troca de benefícios a multinacionais estrangeiras, que, além de enviarem seus lucros para o exterior, não gerarão empregos nem riqueza para os brasileiros, uma vez que não produzirão nada em território nacional.
Assista ao vídeo de Antonio Neto sobre a MP 795 e compartilhe nas redes sociais.