Central dos Sindicatos Brasileiros

Sinpol/GO lança campanha em defesa dos policiais civis do estado

Sinpol/GO lança campanha em defesa dos policiais civis do estado

Denunciar a precarização da segurança pública estadual é o principal objetivo da ação

Após sofrer com o descaso da administração pública do estado por dois anos, os policiais civis de Goiás iniciaram uma campanha, no dia 18/04, para denunciar os ataques do governo aos direitos trabalhistas fundamentais da categoria e a precarização da segurança pública estadual. Sob o lema “Quando o estado deixa a segurança de lado, a vítima principal é você”, a ação é uma iniciativa do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol/GO) com o apoio da CSB.

Falta de armamento, colete balístico, materiais de escritório e o não pagamento de parcelas da reposição salarial anual de 2015 são alguns dos motivos que levaram à criação da campanha. De acordo com o presidente do Sinpol/GO, Paulo Sérgio Alves de Araújo, o governo deveria ter reajustado a folha de pagamento dos servidores em 12,33% no mês de novembro do ano passado, o que não aconteceu até hoje.

“O governador Marconi Ferreira Perillo (PSDB) só tem tirado direitos e feito promessas de negociação que nunca cumpre. Por conta da falta de reposição nos salários, todos os profissionais da segurança pública do estado fizeram uma paralisação em dezembro de 2015 por 24 horas, o que rendeu em mais um novo acordo que nunca se efetivou. Nós, policiais civis, só fazemos valer direitos fundamentais a partir da justiça”, afirma Araújo.

WhatsApp-Image-20160428 (1)Segundo o dirigente, na ocasião, o governo do estado debateu a possibilidade de resolver problemas relacionados à aposentadoria especial e voltar a pagar duas promoções por ano a cada um dos 3.520 policiais civis. “No entanto, foi elaborado um plano que pretende abrir um concurso para 2.500 policiais militares e 500 policiais civis, pagando somente R$ 1.500. Ou seja, a valorização promovida pelo governo é essa: pagar o menor salário do Brasil aos policiais do estado de Goiás”, relata. Atualmente, o piso da categoria é cerca de R$ 4.068.

Em repúdio à proposta estadual e aos abusos trabalhistas e morais enfrentados pela representação dos trabalhadores – entre eles, a redação de um documento cujo conteúdo atestava o apoio inexistente do movimento sindical à administração –, a categoria aprovou em assembleia a criação do site www.policialcivilvalorizado.com.br . Com o objetivo de estimular a sociedade a refletir sobre a realidade dos servidores, perguntas como “Você já foi assaltado hoje?” e “De quem é a culpa pela insegurança em Goiás?” direcionam o internauta a informações importantes a respeito da rotina dos profissionais da segurança pública.

“Nós organizamos essa campanha para mostrar como os policiais civis são tratados pelo governo e como a segurança pública está em crise. Segundo órgãos internacionais, a capital de Goiás é a 29ª cidade mais violenta do mundo”, destaca o presidente do Sinpol/GO. Para o sindicalista, “quem perde com o governo não investindo na segurança é o próprio cidadão”.

A campanha, respaldada pela CSB e pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civil (Cobrapol), continuará no ar por tempo indeterminado. Além das reivindicações referentes ao reajuste salarial, os servidores estaduais ainda lidam com a carência de água potável, papel higiênico, ar condicionado, cadeiras, mesas, computadores compatíveis com as atividades prestadas pelos policiais e viaturas sem condições ao transporte de presos.

Vice-presidente da Central, Sandro Jadir de Albuquerque ratifica o compromisso da CSB com os trabalhadores brasileiros e a responsabilidade social. “Nós somos uma entidade que está na defesa de uma categoria, mas que também atende ao clamor de uma sociedade. Hoje, nós representamos mais de 40 mil trabalhadores em Goiás e não calaremos diante de atentados contra a organização sindical e os direitos dos trabalhadores”, assegura Albuquerque. Para Paulo Sérgio Alves de Araújo, o empenho da CSB reforça o papel já reconhecido da Central: “o de representar a maior parcela da sociedade, aqueles que sofrem com a insegurança”.