Central dos Sindicatos Brasileiros

Cuiabá tem protesto contra reformas trabalhista e da Previdência

Cuiabá tem protesto contra reformas trabalhista e da Previdência

Organizadores estimam que 20 mil pessoas participaram do ato, enquanto a PM, 2,5 mil. Manifestantes fizeram passeata pelo Centro da cidade

Manifestantes percorreram as ruas do Centro de Cuiabá, nesta sexta-feira (28), contra as reformas trabalhistas e da Previdência, duas principais bandeiras do governo Michel Temer. Eles saíram da Praça Ipiranga e caminharam pelas avenidas Prainha, Getúlio Vargas e Isaac Póvoas. Os organizadores estimam a participação de 20 mil pessoas no ato. A Polícia Militar calcula público de 2,5 mil pessoas.

Para o vice-presidente Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo do Estado (Sinpaig), José Monteiro, a manifestação é importante para mostrar aos políticos que a classe trabalhadora está unida e que não aceita as reformas, que, segundo ele, tiram os direitos dos trabalhadores.

“Já não temos saúde pública, a educação é precária e agora não sabemos se vamos nos aposentar. Estamos vendo o pouco de qualidade de vida que temos direito no final da vida, ser descartada. Não existe crise na previdência. Todo mundo contribui até se aposentar. Para onde está indo o dinheiro?”, questionou.

Trabalhadores levaram cartazes com fotos de deputados de MT que votaram a favor da reforma (Foto: Lislaine dos Anjos/G1)
Com trio elétrico, trabalhadores caminham pelas ruas de Cuiabá (Foto: Lislaine dos Anjos/G1)

No trio elétrico, Clóvis Arantes, representante do movimento LGBT, fez um discurso contra o presidente Michel Temer (PMDB). “Estamos aqui nas ruas porque também somos trabalhadores. Não é possível que o governo se coloque contra a classe trabalhadora do país. Isso fere os direitos humanos. Hoje gritamos ‘Fora Temer'”, afirmou. Os manifestantes também gritaram “Fora, Taques”, se referindo ao governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB).

Adelfonso Muniz, de 71 anos, carregou cartaz durante ato (Foto: Lislaine dos Anjos/ G1)

O motorista Adelfonso Muniz, de 71 anos, caminhou carregando um cartaz, com a seguinte frase: “Roubados 32 anos, agora serei escravizado pela democracia tirana dos ladrões”. Ele disse que está revoltado com a ampliação do tempo de contribuição para a aposentadoria e que sente orgulhoso em participar da manifestação.

Shirley Oliveira, que representa a Central dos Sindicatos Brasileiros, disse que é preciso conscientizar a população sobre a consequência das reformas.

“O povo ainda acredita que é uma luta de servidores públicos e não percebe que todos nós seremos penalizados. Hoje, começamos a ver os trabalhadores do setor privado indo às ruas e é assim que tem que ser. A população precisa acordar, sair da inércia e reagir”, afirmou.

Paralisação

Nesta sexta-feira, servidores municipais, estaduais e federais pararam e a maioria dos serviços públicos foi suspensa, como o transporte coletivo, por exemplo. Os ônibus não circularam, pois os motoristas e funcionários do setor aderiram ao movimento. Os bancários também participam da mobilização e as agências bancárias não abriram. As aulas também foram suspensas.

 Protesto em Sorriso reuniu 1,5 mil pessoas, segundo os organizações (Foto: Assessoria/ Sinsems)

Manifestação no interior
Além de Cuiabá, outros municípios de Mato Grosso realizaram ato nesta sexta-feira.

Em Sinop, a 503 km de Cuiabá, os professores de escolas estaduais e municipais paralisaram as atividades e fizeram uma passeata pelas ruas do Centro e pararam em frente à prefeitura. O ato começou às 8h e terminou às 10h.

O expediente nas 36 escolas municipais e 18 estaduais foi suspenso. Os profissionais das unidades participaram, de forma pacífica, de uma manifestação na região central da cidade. Com a paralisação, mais de 32 mil alunos estão sem aula. Não foi feita a estimativa de participantes.

 Cerca de 200 pessoas realizaram protesto em Tangará da Serra (Foto: TVCA/Reprodução)

Em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, cerca de 200 pessoas entre trabalhadores e estudantes, segundo os organizadores. A Polícia Militar não informou a estimativa de público. O ato teve início às 7h e encerrou às 10h.

Com a manifestação, as aulas no campus da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) foram suspensas. No município, os bancos também não tiveram expediente. O transporte público, porém, circula sem interrupção.

Professores e alunos fizeram passeata em Rondonópolis (Foto: Sintep-MT/Divulgação)

Trabalhadores de diversos segmentos também protestaram contra a reforma da previdência e a reforma trabalhista em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Em passeata pelas principais ruas da cidade, os manifestantes gritaram palavras de ordem com faixas e cartazes.

No município, as aulas da rede pública também foram suspensas. Segundo os organizadores, os bancos, as unidades de saúde, a polícia e a prefeitura devem funcionar com 30% dos servidores. Os organizadores estimam que 5 mil pessoas foram às ruas. A Polícia Militar informou que 1,5 mil manifestantes estiveram na manifestação.

Em Primavera do Leste, 300 pessoas participaram do protesto, que começou às 8h30 e terminou às 10h40. A estimativa de público é da PM e dos organizadores. Os manifestantes caminharam da praça central até a Lagoa Vô Pedro Viana, também na região central.

No município, as aulas na rede pública foram suspensas, as agências bancárias não tiveram expediente e a delegacia não teve atendimento.

Servidores públicos municipais e outras categorias fizeram uma passeata durante a manhã, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Eles percorreram ruas e avenidas de Sorriso e terminaram em frente a Justiça do Trabalho, segundo o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorriso. A organização estima que mais 1,5 mil pessoas tenham participado do ato.

Em Cáceres, a 220 km de Cuiabá, um grupo saiu às ruas em protesto e, com carro de som, faixas e cartazes, os manifestantes fizeram passeata pelas ruas Coronel José Dulce e Comandante Balduíno. O campus da Unemat nesse município também teve as aulas suspensas nesta sexta-feira por causa da paralisação dos servidores da instituição. A organização e a PM não fizeram a estimativa de público.

De acordo com o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes, também foram realizadas passeatas com alunos e professores nos municípios de Alta Floresta, Pontes e Lacerda, Pedra Preta, Jauru, Juara, Dom Aquino, Novo Santo Antônio, Lucas do Rio Verde, Barra do Garças e Porto Alegre do Norte.

Fonte: G1