Central dos Sindicatos Brasileiros

Grupo de Trabalho da Comissão da Verdade debate as perseguições ao movimento sindical durante a ditadura

Grupo de Trabalho da Comissão da Verdade debate as perseguições ao movimento sindical durante a ditadura

Primeira audiência no Rio de Janeiro aconteceu na sede da OAB, na capital fluminense, e reuniu cerca de 340 pessoas

Aproximadamente 340 pessoas estiveram presentes, na última quarta-feira (16), na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), na capital do Rio de Janeiro, para acompanhar, discutir e investigar com o Grupo de Trabalho da Comissão da Verdade as perseguições às entidades sindicais e trabalhadores do estado do Rio de Janeiro durante a ditadura militar.

Além das centrais sindicais e trabalhadores, estavam presentes representantes do Ministério do Trabalho, da OAB-RJ, da Comissão da Justiça do Trabalho (CJT) e do Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas (IIEP).

Para Claudemis Lopes da Cunha, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas, Cursos e Treinamentos de Informática, Lan House, Cyber Café, Manutenção e Reparação de Máquinas de Escritório do Estado do Rio de Janeiro (SINDIERJ) e secretário-geral da seccional Rio de Janeiro da CSB, o resgate dessas memórias auxilia no resgate histórico e no reconhecimento.

“Esta reunião é importante, pois traz à nossa memória o que foi feito no passado e que a gente tenha isso como referência, para que não volte a acontecer. A experiência de apanhar e ser preso foi muito ruim para essas pessoas, e nós queremos que isso não fique no anonimato, que tudo que aconteceu na época venha a ser restaurado e que elas possam ter uma reparação. É a memória não de uma mentira, mas sim uma memória de fatos, memória da verdade, como diz o nome da comissão. Exigimos a responsabilização das empresas e dos patrões que foram cúmplices da ditadura militar”, falou.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) – que recomendou o levantamento de todas as entidades sindicais que sofreram intervenções no período investigado e que o Estado enviasse oficialmente um pedido de desculpas, abrindo a possibilidade de serem indenizadas pela destruição de seus bens – foi uma exigência da Corte Interamericana de Direitos Humanos.

A próxima reunião do GT deve acontecer em São Paulo, em data ainda a ser confirmada.