Central dos Sindicatos Brasileiros

Secretário de Relações Internacionais da CSB participa da revisão da Recomendação 71 da OIT

Secretário de Relações Internacionais da CSB participa da revisão da Recomendação 71 da OIT

Documento ganha novo capítulo a respeito das relações e dos direitos trabalhistas de imigrantes e migrantes

Pauta de discussões da Comissão de Emprego e Trabalho Decentes para Transição à Paz e Resiliência desde 2016, a revisão da Recomendação 71 (R71) voltou ao debate na 106ª Conferência da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em junho. Publicado em 1944, o documento versa sobre a organização do emprego em períodos de conflitos e guerras nos territórios de todos os países membros da Entidade. Este ano, um novo texto que inclui um capítulo a respeito dos migrantes ou imigrantes afetados por situações de crises foi aprovado pelo grupo tripartite da Comissão e encaminhado para a revisão de juristas e ao plenário final.

Membro do grupo de trabalhadores adjuntos que redigiu a nova Recomendação junto a representantes governamentais e empresários, Aelson Guaita, secretário de Relações Internacionais da CSB, definiu a decisão como histórica ao movimento sindical. De acordo com Guaita, “foi importante chegar a um consenso sobre a R71 porque esse é o único documento no mundo a abordar o assunto dos migrantes e refugiados”.

“Entramos na história. A proposta é a de adoção de políticas de apoio a países que acolhem refugiados. Estima-se haver mais de 65 milhões de desabrigados, portanto é um desafio global e não é novo. A falta de emprego gera violência e estimula o ingresso de jovens na economia da guerra. É preciso evitar conflitos armados e, por conseguinte, a migração, pois aspectos humanitários estão na mitigação de conflitos. Por isso, devemos ampliar a Recomendação com educação profissionalizante aos migrantes”, afirma o dirigente.

Com o objetivo de criar um novo instrumento – marco útil e eficaz às nações em crises político-econômicas – para estabelecer programas e políticas necessárias à potencialização da resiliência e da sustentabilidade baseadas nos princípios e direitos fundamentais do trabalho e da justiça social, o novo capítulo X do documento recomenda cerca de nove medidas aos países com relação ao tratamento dos migrantes e imigrantes.

Entre elas, estão a eliminação do trabalho forçado; a promoção da inclusão dos migrantes nas sociedades que os acolheram por meio do acesso aos mercados de trabalho, da capacitação profissional e do trabalho decente; a proteção e o esforço para assegurar os direitos trabalhistas e um ambiente seguro a homens, mulheres, jovens e deficientes; a facilitação do regresso voluntário dos migrantes e imigrantes às suas regiões e países de origem; a promoção de educação sobre seus direitos e a adoção de medidas contra a discriminação e xenofobia.

Durante os dez dias de Conferência, a Comissão também debateu o capítulo IV – Geração de Empregos e o atual Capítulo XI – Refugiados e Repatriados, que versam a respeito da estratégia global de emprego que impulsione pleno, produtivo, livremente eleito e decente emprego a homens e mulher e do acesso dos refugiados ao mercado de trabalho.

O secretário de Relações Internacionais da CSB – que, durante a 106ª Conferência, esteve na companhia do presidente Antonio Neto e do secretário de Organização e Mobilização Itamar Kunert, ainda participou do encontro do BRICS Sindical, que reuniu representante dos trabalhadores do Brasil, da Rússia, Índia, China e África do Sul, e da elaboração de documento que reivindica o apoio e auxílio da OIT nas lutas dos brasileiros contra as reformas do governo Temer. Encaminhado ao Departamento de Normas da entidade, o texto submete à consulta da Organização seis questões referentes ao PLC 38/2017.

Clique aqui e saiba mais informações sobre a entrega do documento a respeito da reforma trabalhista à OIT.