Central dos Sindicatos Brasileiros

Trabalhadores rurais da região do Médio Alto Uruguai (RS) fazem manifestação em defesa dos direitos da categoria

Trabalhadores rurais da região do Médio Alto Uruguai (RS) fazem manifestação em defesa dos direitos da categoria

A principal reivindicação  é a manutenção dos direitos previdenciários do segurado especial

A Associação dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais da Região do Médio Alto Uruguai (ASTRAMAU) fará manifestação na próxima quinta-feira, dia 31, em Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul. A manifestação, denominada “Desperta, povo trabalhador”, terá início às 9h no trevo principal da cidade e, posteriormente, será realizada uma caminhada passando pelo INSS até a Praça da Matriz. São esperados cerca de 3 mil trabalhadores de 25 municípios da região.

A ação, que tem o apoio da CSB, reivindica a manutenção dos direitos previdenciários do segurado especial, o fim da corrupção, melhorias no Sistema Único de Saúde (SUS) e criação de leis que visam melhorias para o trabalhador rural, como a redução dos juros para os pequenos produtores. Atualmente o trabalhador rural consegue se aposentar em condição de segurado especial, ou seja, podendo se aposentar aos 60 anos (homens) e 55 anos (mulheres). Esse modelo de aposentadoria beneficia o agricultor familiar, o meeiro ou o campesino que arrenda até quatro módulos rurais. Com a reforma da Previdência, apresentada pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), os trabalhadores rurais teriam que contribuir com a Previdência o mesmo tempo que o trabalhador urbano – 30 anos (mulheres) e 35 anos (homens).

Segundo Deonir Sarmento, presidente da ASTRAMAU, com essa mudança, os trabalhadores rurais serão muito prejudicados. “Existe muita informalidade no campo, por isso fica muito difícil o trabalhador comprovar todos esses anos de trabalho que poderão ser exigidos. O grande problema do trabalhador rural é a informalidade. Cerca de 60% da categoria estão nesta condição. Isso é um problema grave que precisa ser enfrentado. Além disso, também existem os problemas dos baixos salários. Mais de 70% dos trabalhadores rurais têm rendimento médio mensal de até um salário mínimo, fora os trabalhadores que recebem menos de um salário. A aposentadoria para o agricultor é momento de tranquilidade e garantia de uma renda no final do mês”, afirmou.

O vice-presidente da CSB e presidente da Federação Nacional dos Técnicos Agrícolas (Fenata), Mário Limberger, apoia a iniciativa da categoria no Rio Grande do Sul. Para o dirigente, ações como estas são fundamentais para o fortalecimento da luta trabalhista. “Nós, da Central, sempre iremos defender e apoiar os trabalhadores rurais, que muitas vezes são desrespeitados e desvalorizados. O governo e a sociedade precisam olhar os problemas do campo. Muitos agricultores ficam sem acesso aos direitos trabalhistas e não conseguem se aposentar. São muitas dificuldades enfrentadas no campo”, avaliou Limberger.

O movimento ainda reivindica a redução dos juros nos empréstimos concedidos aos trabalhadores do campo e a melhora nas escolas rurais.  “Precisam existir políticas públicas que incluam os trabalhadores rurais e nos tirem da marginalidade a que somos colocados. Temos que lutar para não termos retrocessos em nossos direitos trabalhistas e conquistar mais direito. Não vamos desistir”, disse Deonir Sarmento.