Central dos Sindicatos Brasileiros

Servidores municipais de Patos de Minas entram em greve por tempo indeterminado

Servidores municipais de Patos de Minas entram em greve por tempo indeterminado

Categoria, que tem o apoio da CSB e da FESERP-MG, reivindica mudança na carga horária e reajuste salarial

O Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de Pato de Minas (Sintrasp) reuniu cerca de 650 servidores municipais, no dia 24 de agosto,  para reivindicar a volta da carga horária de seis horas por dia e o reajuste salarial. A manifestação marcou o início da greve da categoria, que manterá a paralisação por tempo indeterminado até que haja uma negociação com a prefeitura.

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Segundo Paulo Corrêa, presidente do Sintrasp, a principal reivindicação dos trabalhadores é a volta da carga horária de seis horas diárias. “Devido um decreto assinado pelo prefeito Pedro Lucas (PSD), em março deste ano os servidores passaram trabalhar oito horas por dia, 40 horas semanais. Nós, do sindicato, entramos na justiça contra este desmando do prefeito, que tira um direito adquirido pela categoria. Inicialmente nós conseguimos uma liminar que mantinha a carga horária de 6 horas, mas a última decisão do Judiciário foi favorável ao executivo municipal, obrigando os funcionários a cumprirem as 8 horas diárias. Agora entramos novamente com um recurso na Justiça e estamos aguardando a decisão”, explicou.

O decreto que amplia a carga horária dos servidores entrou em vigor no dia 1º de julho. O prefeito de Pato de Minas argumenta que a medida foi necessária para garantir o corte de gastos com a folha de pagamento da prefeitura.  Os servidores alegam, no entanto, que a medida traz inúmeros prejuízos para a categoria e para o serviço público. “Houve aumento da carga horária sem aumento de salários. Isso gera uma defasagem enorme econômica para categoria”, avalia o presidente do sindicato.

A greve dos servidores públicos atingiu todos os setores da administração municipal. Segundo o Sintrasp, cerca de 90% dos professores da educação básica aderiram à paralisação. Na sede da prefeitura, a greve também teve forte adesão.

Corrêa explica que vários serviços públicos estão sendo prejudicados com a mudança da carga horária, e a população já está sentindo os impactos, que modificaram totalmente o horário de funcionamento dos órgãos e interferem por exemplo nos horários de almoço dos servidores.

Segundo a entidade, o prefeito de Pato de Minas, Pedro Lucas, disse que não voltará atrás na decisão de ampliar a carga horária. No dia 26 de agosto o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), irá visitar o município com o objetivo de mediar o conflito.

Cosme Nogueira, presidente da Federação Única Democrática de Sindicatos das Prefeituras, Câmaras Municipais, Empresas Públicas e Autarquias de Minas Gerais (FESERP-MG) e diretor da CSB, representou as duas entidades na manifestação. “A Central dos Sindicatos Brasileiros se põe sempre presente nas lutas dos sindicatos municipais, buscando melhores condições de trabalho aos servidores, e essencialmente a revitalização do sindicalismo na base. Nós oferecemos nosso apoio incondicional ao movimento grevista de Pato de Minas. É muito bom e gratificante ver a nossa Central nas ruas apoiando a luta dos trabalhadores. Estamos com dois movimentos grevistas no setor público municipal em Minas Gerais, um em Patos de Minas e outro em defesa dos garis de Machacalis. A distância entre as duas cidades é aproximadamente de mil quilômetros, são dois extremos, mas isto não é dificuldade. O estado de Minas Gerais é grande, mas o ideal de luta da CSB é maior”, afirmou.